Elvas: Rondão Almeida,defende a criação de zonas francas nas regiões fronteiriças para fazer face à disparidade dos preços dos combustíveis

Views: 2269

 Os autarcas das zonas de fronteira reclamaram ontem medidas do Govermo que imponham uma redução dos preços dos combustíveis para fazer face à concorrência espanhola, que está a atingir duramente os postos raianos.    A subida do custo dos combustíveis e a disparidade dos preços praticados entre Espanha e Portugal tem levado ao encerramento de vários postos, criando também problemas de gestão em muitas zonas fronteiriças já que os clientes preferem abastecer os veículos no país vizinho.

 Em Elvas, Rondão Almeida (PS), defende mesmo a criação de zonas francas nas regiões fronteiriças para fazer face à disparidade dos preços dos combustíveis em Portugal e Espanha.    “As regiões fronteiriças deveriam ter um estatuto que permitisse adequar o sector comercial a ambos os países, tipo zonas francas, porque quem paga com a actual situação é o comércio tradicional pelas diferenças de impostos”, argumentou o autarca de Elvas.

 

    Esta é a “maior preocupação” que o autarca de Elvas, cidade próxima da fronteira do Caia, encontra em todo o processo que envolve a diferença de preços dos combustíveis (mais baratos em Espanha) nos dois países Ibéricos.
    Contudo, Rondão de Almeida garantiu ainda que a frota da Câmara Municipal de Elvas vai continuar a ser abastecida nas gasolineiras da cidade portuguesa.
    “Por mais barato que seja o combustível do lado de lá, nós abastecemos sempre do lado de cá: os empresários portugueses não têm culpa dos governos não legislarem no sentido de igualar o preço dos combustíveis em ambos os países”.

 

    Mais a norte, o presidente da Câmara de Almeida, que inclui a importante fronteira de Vilar Formoso, revelou à Lusa que já propôs ao ministro da Economia que sejam tomadas medidas que permitam a redução dos preços nas regiões fronteiriças, para evitar a crise nas empresas do sector.

 

    António Baptista Ribeiro (PSD) defende que seja tomada “uma medida de excepção para as zonas de fronteira” que permitisse a prática de “preços diferenciados do resto do país, num raio de 30 a 40 quilómetros” a partir da linha de fronteira.

 

    “Penso que era uma medida que era perfeitamente possível de implementar mas é preciso haver vontade política”, disse o autarca, após verificar que a prática de preços mais baixos nos combustíveis em Espanha, está a originar o fecho de gasolineiras e o despedimento de funcionários no seu concelho e nos vizinhos.

    “Já o tentei sensibilizar várias vezes [ao ministro da Economia], porque é uma solução que é perfeitamente possível de implementar em toda a zona raiana enquanto houver a diferença de ISP e IVA em relação a Espanha”, disse.

    No Minho, o presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra (PS), defende que hoje “há claramente condições” para a descida do preço dos combustíveis em Portugal e alertou para a situação difícil das gasolineiras portuguesas das zonas de fronteira.

    “Numa altura em que a tendência do preço do crude é de descida, nenhum dos comuns mortais percebe que os preços dos combustíveis aumentem em Portugal. Penso que é chegada a hora de a entidade reguladora do sector explicar devidamente o que é que se está a passar”, referiu o autarca.

    José Luís Serra garantiu que “há muito tempo” que abastece a sua viatura pessoal em Espanha, onde os preços são “bem inferiores” aos praticados em Portugal.

    “Já fechou um posto de combustíveis em Valença e imagino com que esforço é que os outros se mantêm abertos”, disse ainda José Luís Serra.

    ASR/HYT/VCP.

    Lusa/Tudoben

 

 

 

Comments: 0