Poupança: Os luxos e alimentação são a as primeiras despesas familiares a reduzir em momento de crise
Alguns luxos e a alimentação são algumas das áreas em que os portugueses mais poupam em momentos de crise, mas é para a casa que a maior parte do orçamento familiar continua a ser destinado.
Na Covilhã, a agente imobiliária Sónia Torres, reconhece que ter menos dinheiro por causa da crise é “um incentivo à poupança, a ter mais atenção ao que se consome”.
Atenção ao consumo e banir “extravagancias”. “Às vezes são necessárias para nos sentirmos bem”, mas lá por casa, com o filho e o namorado, Sónia garante que as extravagancias “são muito menos que no passado”.
“Poupo mais agora, porque tenho menos dinheiro. É certo que há dificuldade, mas as pessoas estão mais conscientes e mais sensibilizadas para poupar. Há uma conjuntura que nos encaminha nesse sentido”, refere.
Por isso, quando é necessário cortar nas grandes despesas mensais a casa é a primeira opção e sempre que é possível as famílias procuram aliviar os encargos, seja com a redução das prestações ou mesmo a mudança de habitação.
Exemplo disso é o caso de Ana e Rui Chagas, um jovem casal de Évora, que deixou a sua casa arrendada para morar com familiares, como forma de poupar e “juntar alguns trocos” para, num futuro próximo, pagar as despesas necessárias à compra de uma habitação própria.
Casados desde Fevereiro deste ano, Ana e Rui Chagas optaram, no início, por alugar uma casa, mas agora, passados oito meses, decidiram ir morar para a casa de familiares.
“Alugámos uma casa, mas como a renda era um pouco superior às nossas posses e como queremos comprar uma casa, decidimos ir viver para a casa dos meus pais”, explicou à agência Lusa Ana Chagas, de 22 anos.
Mais tarde, acrescentou Ana, o dinheiro que se poupar referente à renda da casa servirá para “pagar as escrituras, o avaliador e outras despesas com os bancos”, inerentes à compra de uma habitação.
“É dinheiro que já não vamos pedir ao banco”, observou, considerando que a quantia que se poupa dá também para o casal Chagas viver mais desafogado.
Em Montalegre, com a ajuda dos produtos colhidos na horta, Celeste Rodrigues consegue poupar “uns tostões no comer”, até porque é precisamente para comida, calçado e roupa que vai quase toda a reforma do casal.
Em Évora, Rui Chagas, de 21 anos, também se debate com o drama de ter de poupar, até porque tinha renda de casa e “carros para pagar” pelo que tem sido “difícil poupar dinheiro”.
SYM.
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