Olímpicos: 140 000 euros do Estado deram “segurança” e “estabilidade” ao campeão olímpico Nelson Évora

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nelsonO Estado pagou mais de 140 000 euros ao campeão olímpico do triplo salto Nelson Évora, um valor relativamente baixo, mas suficiente para o próprio atleta reconhecer que lhe garante a “segurança” e a “estabilidade” para uma carreira desportiva.

O valor resulta da soma simples dos apoios públicos aos atletas de alta competição, nomeadamente 65 000 euros pela conquista de quatro medalhas em grandes competições, 42 000 para apoios à preparação olímpica e 36 000 para bolsas.

O apoio do Estado sobe para valores mais elevados caso sejam contabilizadas as verbas pagas ao treinador, João Ganço, o acompanhamento médico e o apoio que a própria federação presta ao atleta.

O valor mais elevado auferido pelo atleta proveio da conquista de medalhas: 30 000 pela de ouro em Pequim2008, 15 000 pelo ouro nos Mundiais de Osaka2007, 11 250 pela de prata nos Mundiais de Berlim2009 e 8750 pela de bronze nos Mundiais “indoor” de Valência2008.

Nelson Évora foi integrado no Projecto Pequim2008 em Setembro de 2005, tendo recebido os valores antigos das bolsas olímpicas – cujo IRS era ainda tributado – nos três anos seguintes: primeiro a de Nível 3 (750 euros), depois a de Nível 2 (1000) e o Nível1 (1250), no ano que antecedeu a prova.

Após a aprovação do Projecto Olímpicos Londres2012, a bolsa de Nível 1 (medalhado) de Nelson Évora passou para os 1500 euros mensais, mas sem tributação de IRS – que agora é pago pelo IDP -, pelo que o aumento se cifra acima dos 30 por cento.

Apesar de os valores pagos em Portugal serem inferiores aos previstos na vizinha Espanha, os atletas reconhecem que eles são imprescindíveis para que possam desenvolver o seu trabalho de forma “segura”.

“A bolsa olímpica dá-nos oportunidade de trabalhar com mais segurança”, disse Nelson Évora à Agência Lusa, deixando, contudo, um reparo: “Deveria haver mais transparência para sabermos o que nós temos direito para podermos desenvolver o nosso trabalho. É algo que ainda é um pouco confuso”.

O campeão olímpico de Pequim2008 considera que o apoio do Estado tem sido fundamental para a “melhoria geral” das prestações dos atletas e das equipas que têm representado Portugal na mais importante competição desportiva mundial.

O atleta do Benfica reconhece que os valores das bolsas olímpicas permitem uma boa “oportunidade para que se faça um trabalho sustentado” e “comparativamente são bons, para a realidade nacional”.

Ainda assim, comparando com o outro país Ibérico, Portugal fica um pouco aquém: “Acredito que o Comité Olímpico faça o seu melhor, mas comparando com os espanhóis, aqui ao lado, a bolsa olímpica é muito maior”.

Para Nelson Évora, o importante é “continuar o bom trabalho” que tem vindo a acontecer entre o Estado, as federações e os atletas “e olhar para os pormenores”, porque os resultados, por vezes, estão precisamente nos “pormenores”.

JFF/FB.

Lusa/Fim

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