Medicamentos: Portugueses estão mais responsáveis, embora ainda pratiquem erros
Os portugueses têm uma atitude cada vez mais responsável no uso que fazem dos medicamentos, embora ainda pratiquem erros, nomeadamente os mais idosos, disse à Lusa o especialista em consumo Mário Beja Santos.
O especialista, que ontem lançou o livro “Quem mexeu no meu comprimido?”, começou por explicar que a obra “não comporta qualquer originalidade científica”.
Ao longo de 260 páginas, este assessor principal da Direcção-Geral do Consumidor apresenta “noções elementares sobre o medicamento, tanto a doentes crónicos como aos utentes da farmácia”.
Mário Beja Santos considera que os portugueses estão mais responsáveis na sua relação com os medicamentos.
“As mães já sabem hoje que os antibióticos não resolvem tudo”, disse à agência Lusa, referindo-se à evolução que tem existido no uso racional destes medicamentos que são muitas vezes solicitados pelos utentes aos médicos, mesmo quando estes não são recomendados.
Outro exemplo apontado como positivo pelo autor do livro é o uso da pílula do dia seguinte, que actualmente está “mais equilibrado”.
Mário Beja Santos defende um envolvimento de todos os intervenientes – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – na gestão dos medicamentos.
A esse propósito, lembra que “um farmacêutico não substitui um médico”, embora defenda uma relação de proximidade e confiança entre consumidores e farmacêuticos.
“Por alguma razão dizemos normalmente que vamos à nossa farmácia”, disse.
Para Mário Beja Santos, os medicamentos são, a seguir às centrais nucleares e aos aeroportos, “a situação de consumo que mais vigilância permanente envolve”.
O preço do medicamento também motiva uma atenção especial, nomeadamente do Governo, disse o especialista em consumo, que sublinha a importância do crescimento do mercado dos genéricos em Portugal.
SMM.
Lusa/Fim