Estremoz: Vereadora eleita pelo PS aceita trabalhar com gestão independente e provoca polémica
Estremoz, Évora – A vereadora da Câmara de Estremoz, Sílvia Dias, eleita pelo PS, aceitou ficar em regime permanente e trabalhar com o movimento independente que governa o município, que passou a ter maioria absoluta na votação.
A situação está a provocar polémica e a Secção de Estremoz do PS já reagiu, acusando a vereadora, eleita pelo PS, como independente, de ter com o seu gesto “desprezado o voto das 2867 pessoas que a elegeram”.
“Com o seu gesto a cidadã Sílvia Dias ‘viciou’ o resultado das eleições, transformando a vitória do movimento independente numa maioria absoluta artificial”, acrescentam os socialistas.
Na primeira reunião do novo executivo municipal, na quarta-feira, constituído por três eleitos do Movimento Independente por Estremoz-MIETZ, três do PS, e um do PSD, foi aprovada uma proposta que permite ao executivo camarário funcionar com três vereadores em regime permanente, além do presidente.
O novo presidente do município, Luís Mourinha, eleito pelo movimento independente, disse hoje à agência Lusa que a vereadora Sílvia Dias contratou um advogado no sentido de defender a sua honra e agir judicialmente contra os dois vereadores do PS, José Alberto Fateixa e José Ramalho.
A vereadora Sílvia Dias, que tomou posse com o restante executivo municipal, emitiu um comunicado onde explica os motivos porque decidiu “aceitar” a proposta do presidente do município para o cargo de vereadora em regime permanente.
“Depois de ter tomado contacto com os objectivos desta gestão camarária, entendi que as razões que me levaram a candidatar a este órgão autárquico se enquadram naqueles objectivos”, refere a vereadora no documento.
Com esta tomada de decisão, Sílvia Dias pretende que a sua posição seja “isenta de quaisquer interesses políticos”.
No documento explicou que tomou esta decisão para ter a “possibilidade de poder vir a intervir no desenvolvimento integrado e sustentado do concelho de Estremoz, bem como contribuir para a melhoria da qualidade de vida de todos os seus habitantes”.
O presidente do município adiantou à Lusa que o convite à vereadora constituiu “um processo transparente, anunciado antecipadamente na rádio local”, onde disse também que iria convidar o vereador António José Ramalho, eleito pelo PSD, que entretanto “negou essa possibilidade”.
A Secção de Estremoz do PS refere ainda que “a falta de carácter revelado por Sílvia Dias só encontra paralelo com o convite eticamente reprovável que o presidente da Câmara lhe dirigiu”.
“Ficámos todos a saber que a cidadã Sílvia Dias não se importou de ‘vender’ a sua posição e que o presidente da Câmara ainda não perdeu o hábito de não olhar a meios para atingir os fins”, adiantam.
O presidente do município, reagindo ao comunicado do PS, disse que o documento “reflecte a personalidade dos dois representantes do PS na Câmara” e que “demonstra que não se aperceberam ainda que houve uma mudança em Estremoz”.
“Como presidente da Câmara, o que me preocupa são as ilegalidades cometidas pelo executivo anterior e sobre as quais iremos proceder em conformidade com a legislação”, adiantou o autarca.
TCA.
Lusa/Fim