Mercado ibérico: Empresas portuguesas com dificuldades em vencer concursos em Espanha

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empresasO presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal prefere não comentar as opiniões de empresários e outras entidades que apontam situações de dificuldade das empresas portuguesas no acesso ao mercado espanhol.

“Portugal continua a olhar para os laços comerciais com Espanha de boa fé”, sublinhou Basílio Horta, em entrevista à agência Lusa.

Apesar de não querer comentar, o presidente da AICEP sabe que, no passado recente, tem havido queixas sobre a dificuldade de acesso ao mercado espanhol por parte das empresas portuguesas.

Nesta semana, por exemplo, o presidente da Associação Empresarial do Alto Tâmega (ACISAT), João Miranda Rua, disse à Lusa que as “dificuldades persistem” na entrada de empresas portuguesas na Galiza, tanto por receio dos próprios empresários nacionais, como por dificuldades no mercado espanhol.

“Nem sempre conseguem estabelecer-se, há ainda algumas dificuldades de cariz administrativo e algum nacionalismo em Espanha que torna complexa a internacionalização, especialmente para as empresas de pequena e média dimensão”, disse o responsável.

O próprio embaixador de Portugal em Madrid, Álvaro Mendonça e Moura, afirmou em Maio que considerava “estranho” que empresas portuguesas vençam concursos de obras públicas em vários países e não tenham, até agora, conseguido qualquer concurso de projectos em Espanha.

“As empresas espanholas não só se apresentam a obras públicas em Portugal como até ganham concursos, mas não tenho conhecimento do inverso acontecer, nem sequer para fazer um muro”, comentou o diplomata português.

Na altura, confrontado pela Lusa com o problema, o embaixador de Espanha em Lisboa, Alberto Navarro, admitiu o problema, sublinhando que tanto as empresas como os consumidores espanhóis beneficiam de maior concorrência.

“Também me questiono porque é que as empresas portuguesas não podem ganhar concursos aqui em Espanha. Em particular porque depois vêm fazer as sub-contratações”, disse.

ASP.

Lusa/Fim

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