Ciência: Darwin e nanotecnologias marcam Semana da Ciência e Tecnologia
A passagem do 150.º aniversário da publicação da “Origem das Espécies”, de Darwin, vai inspirar muitos dos eventos da Semana da Ciência e Tecnologia, em que estará também em destaque a nanotecnologia.
De 21 a 27 de Novembro, mais de uma centena de instituições científicas, universidades, escolas, associações, museus e centros Ciência Viva em todo o país apresentarão mais três centenas de eventos destinados a contribuir para a apropriação da Ciência pelos cidadãos.
Outro assunto em realce será o resultado de parcerias entre universidades portuguesas e estrangeiras, nomeadamente a existente com o MIT, nos Estados Unidos, que enviará a Lisboa pela primeira vez a sua presidente, Susan Hockfield.
As actividades arrancam este fim-de-semana com o encerramento do Ano Internacional do Planeta Terra, uma iniciativa organizada pela UNESCO sob o título “Planeta Terra, Presente e Futuro” e que trará a Lisboa personalidades mundiais nas áreas da ciência, da política e da indústria.
Trata-se de uma mostra internacional em que serão apresentados alguns dos projectos realizados a nível mundial durante o ano.
A organização da Semana da Ciência e Tecnologia é da Agência Ciência Viva, cuja directora executiva, Ana Noronha, em declarações à Lusa, chamou a atenção para o Dia Nacional da Cultura Científica (dia 24), em que terá início uma programação dedicada às nanotecnologias no Pavilhão do Conhecimento.
“Chamámos-lhe ‘Tempo Pequeno’ e será o primeiro de uma série de dias dedicados à divulgação da nanotecnologia e inseridos num projecto europeu que envolve Portugal”, disse a responsável.
“Haverá actividades para as crianças, nomeadamente construções de maquetes de nanotubos de carbono e balões, com a presença de investigadores e professores, e uma exposição de fotografias reais de laboratório para mostrar a diferença entre formas semelhantes em escalas diferentes”, salientou.
Por outro lado, como se celebra este ano o bicentenário do nascimento de Charles Darwin e os 150 anos da publicação do seu livro “A Origem das Espécies”, a 24 de Novembro de 1859, muitas escolas prepararam eventos relacionados com a efeméride.
Pretende-se, em geral, mostrar o que fazem os cientistas, como trabalham e para que servem.
Os laboratórios abrirão aos visitantes, haverá exposições e visitas guiadas, “workshops”, colóquios e conferências, tertúlias, passeios científicos e observações astronómicas, tudo iniciativas de acesso gratuito.
Como exemplos, decorrerá segunda-feira no Instituto de Biologia Molecular e Celular-Instituto Nacional de Engenharia Biomédica, no Porto, um “workshop” em que serão aplicados conceitos de genética e hereditariedade.
No dia seguinte, no Centro de Psicologia da Universidade do Porto, o público será convidado a ver como Darwin abordou a evolução das emoções humanas através de reconhecimento emocional de faces.
Quarta-feira, será possível observar como o Azul da Prússia, um pigmento descoberto em 1704 e muito utilizado em obras de arte, pode vir a ser a base das superfícies de escrita digital, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Um dia depois, será possível participar na manufactura de tapeçarias dedicadas aos astros na Escola Superior de Educação de Portalegre.
Na sexta-feira, no Centro Ciência Viva da Floresta, em Proença-a-Nova, poderá saber-se como o pólen e os esporos das plantas são utilizados pela Palinologia Forense para ligar suspeitos e objectos a locais de crime.
CM.
Lusa/fim