Olivicultura: Produtores de Borba com aumento de produção na ordem dos 200 por cento

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oliveira_notBorba, Évora, 20 Nov (Lusa) – Os olivicultores da região de Borba, no Alentejo, estão a colher este ano azeitona para azeite em quantidade significativa e de “boa qualidade”, prevendo um aumento de produção na ordem dos 200 por cento em relação a 2008.

O presidente da Cooperativa de Olivicultores de Borba, David Guégués, adiantou hoje à agência Lusa que “está a ser um ano extraordinário de azeitona, tanto em quantidade como em qualidade, muito melhor que o ano passado”.

A Cooperativa de Borba, uma das principais do Alentejo, prevê este ano, segundo o responsável, uma produção a rondar os 2,1 milhões de quilos de azeitona, o que vai corresponder a cerca de 336 mil litros de azeite.

“Estamos a produzir azeite de boa qualidade”, salientou o presidente da cooperativa

Acrescentou que vão receber azeitona até Janeiro de 2010, realçando que em todo o Alentejo é um “ano bom” para o sector.

De acordo com David Guégués, o aumento da produção deste ano está relacionado com o tipo de oliveira que predomina na região, a oliveira galega, que permite “um ano bom e a seguir dois ou três fracos”, e considerou que as condições climatológicas também foram favoráveis.

A Cooperativa de Borba produz azeite de qualidade com Denominação de Origem Protegida (DOP), exportando uma pequena quantidade para Inglaterra, Alemanha e França.

“Em Portugal, não temos preços para concorrer com a Espanha, o maior produtor mundial de azeite e que domina o mercado internacional do sector”, alegou.

O facto de Portugal produzir azeite de qualidade é apontado, pelo mesmo responsável, como o principal factor que permite a sobrevivência dos produtores portugueses.

David Guégués disse ainda que nesta campanha está a ser exportada para Espanha “muita azeitona do Alentejo”.

O responsável vem advertindo, desde há algum tempo, que o sector necessita de uma reestruturação, que passa pela fusão de cooperativas a nível regional, sobretudo no Alto Alentejo.

“É a única hipótese de sobrevivência do sector na região”, salientou.

Na região do Alto Alentejo, segundo o dirigente da cooperativa de Borba, “está a registar-se um certo abandono da olivicultura”, sobretudo devido “ao envelhecimento dos agricultores”, advertindo que “o sector corre o risco de acabar nesta zona”.

A Cooperativa de Olivicultores de Borba, fundada em 1951, que produz as marcas “Gaspacho” e “Dom Borba”, tem cerca de 1.200 associados e abrange os concelhos de Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora.

TCA.

Lusa/Fim

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