Projecto “autarquias.org” permite encontro na Internet entre cidadãos e autarquias

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internetUma plataforma na internet permite que os cidadãos divulguem alertas sobre o que está mal na sua terra e que as autarquias respondam aos problemas. No entanto, até agora, apenas a Câmara de Grândola aderiu a este sistema.

O autarquias.org não é um sítio, mas uma plataforma interactiva em que cidadãos de todo o país podem colocar alertas, iniciar debates ou petições sobre assuntos que os afectam.

Todos, incluindo as autarquias, podem visionar estes assuntos, acrescentando comentários ou informação extra.

“A mais valia é que de um lado o cidadão coloca estes alertas e do outro qualquer câmara municipal do país pode, sem sair do sítio, ter uma diversidade de informação para resolver esses assuntos”, disse Pedro Caldeira, director da PartilhOpinião, uma associação sem fins lucrativos, formada por um grupo de cidadãos de vários campos profissionais para promover ideias de cidadania activa em Portugal.

Na prática, a ideia aproveita a Internet como ferramenta para criar redes entre comunidades e permitir o acesso dos cidadãos a uma democracia directa.

Para denunciar o que está mal ou dar o assunto por encerrado quando resolvido, o cidadão apenas precisa de uma conta de e-mail. Para iniciar ou assinar uma petição necessita de um número de eleitor e nem sequer é preciso identificação para participar em debates ou fazer comentários.

Já o município aderente tem um login que, além de lhe permitir conhecer e responder aos temas colocados pelos seus cidadãos, lhe dá acesso a instrumentos de estatísticas.

No entanto, mais de três meses após o início do projecto e apesar da sua apresentação junto das autarquias, apenas a Câmara de Grândola aderiu em pleno ao sistema.

“Conhecemos outras que estão atentas e vão consultar os seus alertas como um cidadão comum e respondem a quem colocou o problema, que acaba por dar o assunto como encerrado”, destacou.

Pedro Caldeira considera que estes sistemas de “democracia 2.0”, como são conhecidos, deveriam também ser utilizados pelas câmaras para saber a opinião dos seus cidadãos.

“Por exemplo, se a Câmara pretende fazer um parque num descampado, deveria inquirir os cidadãos sobre que mobiliário e funções querem naquele espaço. Caso contrário, o parque até pode ficar muito bonito, mas sem utilidade, porque pode não servir aos cidadãos”, considerou.

A plataforma tem um número médio diário de visitantes de 4000 a 5000 utilizadores que mostram estar preocupados principalmente com o trânsito, seguido de problemas de segurança, higiene urbana, ambiente, obras municipais e urbanismo.

RCS.

Lusa/fim

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