Em dia de homenagem, Autarquia entregou Medalha de Ouro ao Exército

A Câmara Municipal de Elvas homenageou, neste dia de feriado municipal, 14 de janeiro, os militares que perderam a sua vida na Batalha das Linhas de Elvas em 1659, em plena Guerra da Restauração, e que se recordou na cerimónia de comemoração dos 360 anos desta data histórica, com o ponto alto a ser as cerimónias militares e militarizadas na Praça da República e Rua da Cadeia, com a presença de centenas de pessoas.
O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, presidiu às cerimónias, que contaram também com a presença, entre outros do diretor da Direção de História e Cultura Militar, o Major-General Aníbal Flambó, para além de outras individualidades, civis e militares.
No âmbito destas comemorações, como já vem sendo tradição, decorreu o hastear das bandeiras, com a presença da Banda 14 de Janeiro, seguindo-se a cerimónia de homenagem aos Mortos, com a deposição de flores no Padrão da Batalha das Linhas de Elvas, no Sítio dos Murtais, e a deposição de flores no túmulo do General André de Albuquerque Riba-Fria, no Convento de São Francisco.
Já na Praça da República, que este ano esteve completamente lotada, para além de uma alocução sobre a Batalha das Linhas de Elvas, interveio o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, que proferiu as seguintes palavras:
“O dia 14 de janeiro, neste concelho, é feriado municipal e a data é preenchida com a parte mais importante das comemorações da Batalha das Linhas de Elvas, momento em que a independência nacional foi heroicamente defendida nesta cidade, há 360 anos.
Em 2019, com o distanciamento dos anos, temos a certeza do momento decisivo que foi vivido em 1659, quando Elvas disse presente num período em que defender Portugal foi prioritário.
Milhares de elvenses deram aquilo que mais valioso tinham – as suas vidas – para que a cidade e o País pudessem ter um futuro digno, autónomo e independente.
Já hoje de manhã, no local próprio, no campo da batalha, prestámos homenagens aos mortos em combate. Agora e aqui, no centro histórico da cidade, evoco com respeito aqueles que morreram, sobretudo devido a doenças, durante o cerco a que Elvas esteve submetida, durante meses, antes da batalha.
A História de Portugal ensina-nos que a importância militar de Elvas sempre esteve na primeira linha das prioridades dos governantes nacionais durante vários séculos.
Se era preciso defender a linha de fronteira, ou proteger um acesso mais direto a Lisboa, a aposta era feita na capacidade militar de Elvas.
Assim nasceu a mais importante Cidade-Quartel portuguesa, numa localização fronteiriça e dotada das mais completas fortificações para a época.
Este património, de grande autenticidade e em bom estado de conservação, chegou ao século XXI e mereceu, em 2012, a classificação de Património Mundial, por parte da Unesco.
A aposta, durante séculos, que o Exército fez em Elvas e a importância dos militares para esta cidade fundamentaram a atribuição da
Medalha de Ouro do Concelho ao Exército Português, deliberada por unanimidade pela Câmara Municipal em 20 de dezembro passado, e entregue, há minutos, nesta cerimónia.
Em meu nome pessoal, em nome da Câmara Municipal a que presido e em nome dos Elvenses que represento, saúdo e distingo o Exército Português, pela importância que tem tido para este concelho.
Senhor Ministro da Defesa Nacional, manifesto publicamente a Vossa Excelência o agradecimento de Elvas por podermos contar entre nós com a presença do membro do Governo que tutela uma pasta de enorme significado, para a data que hoje assinalamos e para uma cidade com esta história.
O ano de 2018, terminado há menos de duas semanas, foi o primeiro deste atual mandato autárquico e nele foi possível concretizar vários projetos importantes.
O Centro Histórico, nesta como noutras localidades, representa a área mais envelhecida do parque habitacional da cidade. Por essa
razão, a sua recuperação e revitalização são importantes.
Entre reconstrução, ampliação, construção e legalização, estamos a registar intervenções de reabilitação em 126 imóveis.
Elvas é uma cidade com um património histórico muito vasto e, por essa, razão, a merecer manutenção permanente. No último ano:
– recuperámos as duas pontes do fosso, nas Portas de São Vicente;
– reconstruímos a muralha na Avenida de São Domingos, que tinha uma deformação acentuada;
– e requalificámos o Baluarte de São Vicente, o Baluarte do Trem e o Meio Baluarte do Príncipe, em zonas próximas do Castelo.
Ainda na área do Património, salientamos que mais de duas dezenas de monumentos de Elvas foram iluminados, num esforço para torná-los mais apelativos, em termos turísticos, durante a noite.
A grande obra, ao nível da recuperação e reutilização de edifícios, que se encontra em curso, da responsabilidade da Câmara Municipal, é a construção do Museu de Arqueologia e Etnografia António Tomaz Pires, nas antigas instalações da Manutenção Militar.
Também a Educação é uma área de grande importância para a Câmara Municipal de Elvas.
No atual ano letivo, o primeiro ciclo, começou com escolas equipadas com quadros interativos e tablets, salas e mobiliário renovado e uma plataforma interativa para pais, alunos e professores.
Também em Santa Luzia e na Boa-Fé, nas escolas do 1º ciclo, temos a funcionar Centros Comunitários, onde os alunos têm várias atividades e ali são servidas as refeições, sem necessidade de deslocações para outros estabelecimentos escolares.
Foi ainda lançado o concurso para a construção da nova Escola Básica 2, 3 de Santa Luzia, preparada para 625 alunos, 29 salas de aula e quatro laboratórios, pavilhão desportivo e campo de jogos.
Ao nível da inovação e investigação, o Município de Elvas, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e a Universidade Nova de Lisboa, em parceria com outras entidades, preparam a instalação de um Laboratório Colaborativo, na antiga Estação Nacional de Melhoramento de Plantas, onde podem vir a trabalhar cerca de cinco dezenas de investigadores, que vão instalar-se entre nós.
Ao nível de infraestruturas básicas, o ano passado ficou marcado por obras importantes, na área rural do concelho:
– em São Vicente, em Barbacena e em Vila Fernando, foram construídas Estações de Tratamento de Águas Residuais, que colocam um ponto final no lançamento de esgotos em linhas de água;
– e em Varche e na Calçadinha, foram construídos emissários, condutas e estações elevatórias, com a finalidade de conduzir os esgotos destas localidade e de outros lugares da Freguesia de São Brás e São Lourenço para a rede de águas residuais de Elvas.
No plano do investimento público estruturante, salienta-se a construção, por parte do Governo, do troço ferroviário entre Elvas e a
fronteira do Caia: são mais de 23 milhões de euros, indispensáveis para poder complementar os 185 milhões de euros para construir a nova ferrovia de Elvas a Évora, e possibilitar a ligação ferroviária de mercadorias da fronteira do Caia aos portos atlânticos de Sines, Setúbal e Lisboa.
Trata-se de uma obra de enorme importância para o futuro do nosso concelho e da nossa região, onde se destaca a Eurocidade Elvas Badajoz Campo Maior – uma grande aposta de cooperação intermunicipal, que temos em curso e estamos a implantar com convicção.
A Câmara Municipal de Elvas, dentro das suas competências e atribuições, tem ainda dado apoio a investimentos particulares de relevância, efetuados ou em curso no último ano de que é exemplo:
– a construção do Hotel Vila Galé Elvas, com mais de 80 quartos, no Convento de São Paulo;
– a ampliação de instalações no Contact Center, no Parque Empresarial, na antiga fábrica do tomate;
– as novas instalações de um cal center, na Avenida do Dia de Portugal;
– a remodelação das instalações da superfície comercial do Lidl, na Fonte Nova;
– e as 31 novas empresas que abriram no concelho em 2018, que representam a criação de 464 novos postos de trabalho.
A todos os empresários, independentemente da sua dimensão e do volume de investimento feito, deixo o meu obrigado e o reconhecimento do concelho de Elvas.
Por outro lado, a área social continuou a ser uma das preocupações centrais da Câmara Municipal. Mas, tal como aqui afirmei há um
ano, este setor tem uma dupla atenção: que não falte um euro a quem precise, mas que não se entregue um euro a quem não necessita ou a quem o desperdiça.
Com esta dupla preocupação, ajustámos o Regulamento dos Apoios Sociais, para que todos aqueles que precisam, da criança ainda na barriga da mãe até a quem atingiu a idade de ouro, recebam a ajuda de dinheiro público a que têm direito.
Sr. Ministro, Sr. General-chefe, Elvenses
Estamos no início de 2019. O presente mandato autárquico vai estender-se ainda por 2020 e 2021. São quase três anos para os quais queremos que o futuro seja preenchido pela concretização de projetos importantes, sendo o nosso empenho:
– na área da Economia, ampliar o Parque Empresarial, com a infraestruturação de lotes de terreno numa área próxima das Fontainhas;
– no crescimento do Ensino Superior em Elvas, para além de ampliar as cavalariças no Museu Militar, recuperar a envolvente do picadeiro de ar livre e iniciar a construção de uma nova residência para estudantes;
– na revitalização dos serviços públicos, instalando parte dos Serviços da Alfândega de Elvas nesta mesma praça da República, continuando assim a dinamizar o centro histórico;
– continuar a recuperar o património histórico com obras na Parada do Castelo, na Muralha de São Vicente, Largo de São Domingos e Avenida 14 de Janeiro;
– iniciar a construção do Lar da Boa-Fé, ampliando o atual Centro de Dia do bairro;
– recuperar dois espaços culturais da cidade, o Cineteatro Municipal e a sede da Banda 14 de Janeiro.
Para o dia-a-dia municipal, já nos próximos meses, vamos investir na melhoria das condições de recolha de lixo e limpeza de espaços públicos, se bem que seja importante referir que a Câmara Municipal não pode desempenhar esta tarefa por completo, uma vez ser fundamental a colaboração de todos os munícipes.
Só com a colaboração de todos, mantendo as ruas limpas reciclando e depositando os resíduos nos sítios próprios, podemos conseguir que o concelho de Elvas seja limpo e agradável, para quem aqui mora e para quem nos visita.
De resto, este exemplo da conservação e limpeza dos espaços e equipamentos públicos, feito por toda a população, é um bom exemplo do que pode ser, uma gestão participada, do nosso território: um lugar onde as pessoas tenham espaço para a cidadania.
Um território de todos para todos.
Uma Elvas que nesta data, honra o seu passado heróico.
Uma Elvas que olha para o futuro, com confiança…
Uma Elvas que acredita num amanhã mais solidário e mais tolerante.
Uma Elvas nossa.
Viva o concelho de Elvas!
Vivam os Elvenses!
Viva Portugal!”
CME