Amigos do Cemitério dos Ingleses querem criar museu evocativo da Guerra Peninsular em Elvas
Elvas, Portalegre – A Associação dos Amigos do Cemitério dos Ingleses, em Elvas, quer criar um museu evocativo da Guerra Peninsular que foi travada há 200 anos nesta região fronteiriça, revelou à agência Lusa a porta-voz da associação, Célia Denney.
“Queremos criar, através do museu, um elo de ligação entre o cemitério dos ingleses e a capela de São João da Corujeira existente no local”, explicou Célia Denney, reformada, que vive na cidade vizinha de Badajoz (Espanha) há mais de 25 anos.
O cemitério situa-se no baluarte de S. João de Corujeira, ao alto na muralha Leste da cidade de Elvas e dispõe de uma capela fundada em 1228 pelos frades da Ordem dos Hospitalários.
O cemitério tem sepultados apenas cinco militares britânicos, que morreram na Batalha de La Albuera, na província de Badajoz.
“Estas cinco campas representam todos os soldados aliados que morreram naquela batalha, cerca de quarenta mil. Por isso, todos os anos, no mês de Maio, fazemos aqui uma cerimónia para homenagear os nossos militares e vêm pessoas de Inglaterra para assistirem”, disse a responsável da associação.
O futuro museu da Guerra Peninsular ficará instalado no interior da capela, indicou Célia Denney, lamentando o facto de faltarem verbas para terminar as intervenções previstas.
“Precisamos de cerca de 50 mil euros para terminar o interior e recuperar o altar-mor e dois altares laterais. Temo-nos deparado com muita burocracia. São necessários mais papéis que tijolos”, ironizou.
A Guerra Peninsular ocorreu no início do século XIX, entre 1807 e 1814, na Península Ibérica e envolveu Portugal, Espanha, Grã-Bretanha e França.
A Associação dos Amigos do Cemitério dos Ingleses, que tem 300 sócios, promoveu no anterior fim-de-semana o tradicional bazar de Natal com o objectivo de angariar fundos para as obras de recuperação da capela de São João da Corujeira.
AYRM.
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