Cinema: “Gostaria que fosse a minha antiga casa a ter o meu acervo” – Manoel de Oliveira

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cinemaO realizador Manoel de Oliveira afirmou que gostaria de ver o seu espólio na sua antiga casa no Porto, depois de o Ministério da Cultura ter manifestado interesse em incluir o acervo no pólo portuense da Cinemateca.

“Vamos a ver. Eu gostaria que fosse a minha antiga casa a ter o meu acervo”, disse o cineasta, à margem de uma cerimónia em sua homenagem, na Academia Nacional de Belas Artes, em Lisboa.

O interesse do Governo foi manifestado na semana passada pela ministra Gabriela Canavilhas, que se escusou a adiantar que negociações vai desenvolver com Manoel de Oliveira e com a Câmara do Porto para conseguir congregar na Casa das Artes o espólio do realizador, que tinha como destino a Casa do Cinema Manoel de Oliveira, um projecto desenhado por Souto Moura e entretanto abandonado.

Depois da cerimónia de hoje, Manoel de Oliveira falou também do filme que fez sobre os painéis de São Vicente de Fora, encomendado pela Fundação de Serralves para as comemorações do 20.º aniversário da instituição.

“O filme vai ser exibido em sessões particulares no Porto, em Serralves, em Dezembro e depois passará ao público”, adiantou o realizador.

Segundo o presidente da Academia Nacional de Belas Artes, António Valdemar, trata-se de um trabalho exemplificativo da “exigência e da vitalidade” do cineasta que transmite a imagem de “um Portugal singular e também plural, humanista” e local de “aceitação da diferença”.

A homenagem prestada ontem a Manoel de Oliveira encerrou as comemorações do seu centenário, celebrado no ano passado, e incluiu a atribuição da insígnia da Academia ao mestre, membro da Academia há trinta anos.

Para o realizador, tratou-se um distinção “muito forte e amiga”, mas sem justificação: “Claro que me dá contentamento, mas não me sinto verdadeiramente merecedor de tão alta distinção”.

Prestes a completar 101 anos, no dia 11, Manoel de Oliveira começará a rodar no primeiro semestre de 2010 o filme “O estranho caso de Angélica”, um projecto dos anos 1950 que quis recuperar para adaptar a história à actualidade.

O Instituto do Cinema atribuiu este ano sete mil euros à Filmes do Tejo para a produção da película.

ROC/SS.

Lusa/fim

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