Elvas/Ambiente: Criar Zonas de Protecção Especial para salvar aves em vias de extinção é prioridade, defendem especialistas
Elvas, Portalegre – A criação de Zonas de Protecção Especial (ZPE) no mar para conservar as aves marinhas foi ontem defendida por especialistas no Congresso Nacional de Ornitologia, em Elvas.
“As aves marinhas eram pouco conhecidas, mas devido a um projecto pioneiro desenvolvido pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) temos vindo a identificar as principais espécies a proteger”, disse à agência Lusa Luís Costa, director executivo daquele organismo.
Uma das espécies em risco iminente de extinção é a Pardela-balear (puffinus mauretanicus).
“É uma ave que tem ninhos e colónias nas ilhas Baleares, em Espanha, mas que também depende da costa portuguesa durante a migração e o Inverno”, alerta o biólogo.
Para a conservação da espécie, Luís Costa defende que é necessário sensibilizar os pescadores.
“Os pescadores quando lançam anzóis ou redes à água fazem capturas acidentais. É nesta sensibilização que vamos trabalhar numa próxima etapa”.
Como as aves não conhecem fronteiras, é essencial a cooperação entre os países para melhor definir essas áreas de Protecção Especial. É esse o objectivo de dois projectos pioneiros em Portugal e Espanha, que contam com o co-financiamento do Programa LIFE-Natureza da Comissão Europeia.
Luís Costa sublinha, de igual modo, a importância dos parceiros também a nível nacional.
“Na ilha de S. Miguel (Açores), conseguimos salvar da extinção o Priolo, através da colaboração das autoridades regionais e o co-financiamento comunitário”, exemplificou.
O VI Congresso de Ornitologia e IV Congresso Ibérico de Ornitologia decorreu na cidade raiana de Elvas entre 5 de Dezembro e ontem.
AYRM.
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