TGV: Investimento global na concessão Poceirão-Caia é de 1.494 milhões de euros
O investimento global na concessão do troço de TGV Poceirão-Caia ascende a mais de 1.494 milhões de euros, informou o grupo Soares da Costa, que integra o consórcio anunciado ontem como o vencedor provisório do concurso internacional.
Numa nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo Soares da Costa informa que a concessão RAV Poceirão-Caia da ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid tem uma duração de 40 anos e “importa num investimento global de 1.494.881.960 euros, com um valor de 1.440.749.262 para projecto e construção”.
O valor apresentado ao mercado é superior ao que foi anunciado pelo Governo em Évora, 1.359 milhões, porque inclui os custos do investimento (anunciado por José Sócrates) mais os encargos inerentes à manutenção ao longo da vida toda da concessão, deflacionados e calculados à data de hoje”, disse à Lusa o presidente-executivo da Soares da Costa, Pedro Gonçalves.
“O valor que apresentamos é o valor de todas as despesas de investimento ao longo da vida da concessão”, disse Pedro Gonçalves.
“É o Valor Actualizado Líquido do contrato, ou seja a soma do investimento mais os custos de manutenção mais os custos de renovação”, acrescentou.
O troço foi provisoriamente adjudicada ao agrupamento ELOS – Ligações de Alta Velocidade, na qual a Soares da Costa Concessões é co-líder e detém uma participação de 16,3 por cento, anunciou em Évora o primeiro-ministro, José Sócrates.
O consórcio Elos – Ligações de Alta Velocidade, liderado pela Brisa e pela Soares da Costa, apresentou uma proposta final que apontava um valor de construção de 1.359 milhões de euros, um aumento de 2,6 por cento face aos 1.324 milhões de euros da proposta inicial, segundo dados divulgados pela RAVE – Rede Ferroviária de Alta Velocidade, em Junho.
A proposta final da Brisa e Soares da Costa também apontava um custo anual de manutenção de 12,2 milhões de euros.
Este agrupamento integra também a Iridium Concesiones de Infraestructuras, do grupo espanhol ACS, Lena, Bento Pedroso, Edifer, Zagope, a norte-americana Babcock & Brown Limited, o BCP e a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
A adjudicação do troço Poceirão-Caia marca o arranque do projecto em Portugal.
Na corrida à construção deste troço estava também o agrupamento Altavia Alentejo – Infra-estruturas de Alta Velocidade, liderado pela Mota-Engil.
O contrato, no entanto, só será assinado depois de o decreto-lei com as bases de concessão ser promulgado pelo Presidente da República.
O concurso visa a atribuição da concessão do projecto, construção e financiamento, manutenção e disponibilização, por 40 anos, das infra-estruturas ferroviárias que integram o troço, numa extensão de 170 quilómetros, compreendendo também a exploração da estação de Évora.
A construção do troço Poceirão-Caia será iniciada em 2010, devendo entrar ao serviço em 2013.
NVI/CSJ.
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