Primeira central de valorização orgânica do Alentejo já iniciou testes tecnológicos

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A primeira central de valorização orgânica do Alentejo, criada na zona de Portalegre para transformar resíduos biodegradáveis em adubos orgânicos, já iniciou os primeiros testes tecnológicos, revelou a empresa promotora.

    “Já iniciamos os testes e a partir desta sexta-feira poderemos mostrar a central já em funcionamento, embora ainda em fase de ensaios”, adiantou o administrador-delegado da empresa multimunicipal Valnor – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, Pinto Rodrigues.

    De acordo com Pinto Rodrigues, a produção real começará “no final do ano”.

    O objectivo inicial deste projecto prevê que a unidade capte cerca de 60 por cento dos resíduos orgânicos que, actualmente, são depositados em aterro, pretendendo a empresa, numa segunda fase, atingir os 80 por cento.

    Nesta primeira fase do projecto estão a laborar na central de valorização orgânica 32 operadores, mas, segundo Pinto Rodrigues, o objectivo passa por atingir numa segunda fase “a fasquia dos 50 trabalhadores”.

    Com um investimento de 16 milhões de euros e uma comparticipação de 40 por cento de fundos da União Europeia, a central está localizada junto ao aterro sanitário da Valnor, numa área que abrange os concelhos de Avis e Fronteira, no distrito de Portalegre.

    O projecto deste centro de valorização orgânica pretende transformar os resíduos biodegradáveis, como restos de comida, relvas e cortes de árvores, em adubos naturais.

    Para a empresa responsável pela gestão, valorização e tratamento dos lixos produzidos nos 15 municípios de Portalegre, assim como nos de Mação, Sardoal e Abrantes (Santarém) e Vila de Rei (Castelo Branco), a central assume especial importância.

    A fábrica é “essencial para o cumprimento das metas europeias no que respeita aos lixos”, assegurou Pinto Rodrigues, estimando que a unidade capte “cerca de 60 por cento” dos resíduos orgânicos daqueles 19 municípios que, actualmente, são depositados em aterro.

    “Entram no aterro 60 mil toneladas anuais de resíduos, que são enterradas controladamente, Com o centro de valorização orgânica, vamos conseguir tratar 35 mil toneladas, passando a enterrar apenas 25 mil”, disse.

    Os materiais biodegradáveis encaminhados para a central de compostagem serão transformados, através de um processo mecânico e biológico, em adubos orgânicos, isentos de químicos.

    “Poderemos produzir adubo natural para utilizar na agricultura biológica ou nos jardins e plantas”, sublinhou, acrescentando que a Valnor pretende criar uma “imagem de marca” para comercializar esse mesmo produto.

    As estimativas da empresa apontam para uma produção de cerca de mil toneladas por ano de adubo normal, destinado ao consumidor doméstico que, após certificação do produto, o poderá comprar, embalado, em supermercados da região.

    Já o adubo para a agricultura, a produção deve cifrar-se nas dez mil toneladas, numa primeira fase, pretendendo a Valnor duplicá-la nos anos seguintes.

    Com a diminuição da quantidade de resíduos orgânicos depositados, a produção de biogás e de águas contaminantes no aterro “também são reduzidas”, com impactes positivos na emissão de gases com efeito de estufa.

    A Empresa Geral de Fomento, detida pela Águas de Portugal, é a principal accionista da Valnor, com 51 por cento do capital, cabendo aos 19 municípios os restantes 49 por cento.

   

    HYT/MLM.

    Lusa/Tudoben

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