edia: Manuela Moura Guedes espera que organismo regulador “faça justiça”
A jornalista da TVI Manuela Moura Guedes afirmou ontem esperar que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) “faça justiça” no caso das averiguações relativas a alegadas interferências dos poderes político e económico na comunicação social.
“Espero que a ERC faça justiça. Que ponha a verdade cá fora”, disse Manuela Moura Guedes aos jornalistas, à saída de uma audição no organismo regulador.
A jornalista acrescentou que durante a audição de ontem “aquilo que havia para ser esclarecido ficou esclarecido”.
Apesar de se escusar a referir a sua posição quanto às alegadas interferências do poder político no cancelamento do Jornal de Sexta, do qual era pivot e coordenadora, a jornalista deixou no ar uma questão. “Acham que uma estação comercial com o jornal que mais audiências fazia acaba assim [com o jornal], sem mais nem menos?”
Apesar disso, Manuela Moura Guedes acha que “não é importante” repor o Jornal de Sexta na grelha na TVI. “Perdeu o encanto. Para mim perdeu o encanto completamente. Não sei explicar porquê”, afirmou.
No âmbito do mesmo processo foi também ontem ouvido o ex-director geral da estação de Queluz, José Eduardo Moniz.
Durante as audições estiveram presentes apenas três – Rui Assis Ferreira, Luís Gonçalves da Silva e Elísio Oliveira – dos cinco membros do Conselho Regulador da ERC.
O presidente da entidade, José Azeredo Lopes, e a vogal Estrela Serrano não compareceram às audições por estarem de férias.
As audições dos dois jornalistas surgem na sequência da suspensão, em Setembro, do Jornal de Sexta da TVI pela administração da Media Capital, um dia antes de o programa retomar a emissão, após um período de férias, altura em que se previa a divulgação de novos dados sobre o caso Freeport.
O caso levou a direcção do canal a demitir-se enquanto a redacção considerou a questão um “atentado à liberdade de imprensa” e José Eduardo Moniz, já fora da estação, afirmou tratar-se de um “escândalo”.
JRS/GC.
Lusa/fim.