Vento forte arranca árvores e chapas de metal em escola secundária de Vila Viçosa
Évora, 04 Jan (Lusa) – Um fenómeno localizado de vento forte, com rajadas, arrancou hoje várias árvores e chapas de metal no recinto da Escola Secundária de Vila Viçosa (Évora), que suspendeu as aulas para efectuar o balanço dos prejuízos.
O director da escola, Rui Sá, explicou à agência Lusa que os estragos aconteceram “cerca das 12:30”, após o que as aulas foram suspensas “durante o resto do dia”, devendo ser retomadas “terça-feira”.
“Isto pareceu uma espécie de tornado. A escola está em obras e, no espaço de quatro ou cinco minutos, o vento passou entre os monoblocos [contentores] onde decorrem as aulas e fez ‘voar’ várias chapas de metal”, afiançou.
O director do estabelecimento de ensino, frequentado por perto de 760 alunos, disse que o vento forte “arrancou grande parte da estrutura de chapas” que funciona como cobertura entre os monoblocos, para proteger da chuva, e “várias das divisórias de metal” que separam a zona de obras do restante recinto da escola.
“Muitas dessas divisórias de metal ‘voaram’, nem sabemos para onde, e os aparelhos de ar condicionado dos monoblocos foram parar ao chão”, acrescentou, precisando que foram ainda arrancadas “pelo menos quatro árvores”.
Segundo afirmou, o fenómeno não provocou feridos mas causou “susto” entre a comunidade escolar, até porque “a porta de um dos contentores também foi arrancada enquanto decorria uma aula”.
“Foi um autêntico pandemónio. Vamos reunir esta tarde com os engenheiros da obra e da fiscalização e a associação de pais, mas pensamos retomar as aulas terça-feira, apesar dos monoblocos não terem ar condicionado”, afiançou Rui Sá.
Uma das funcionárias da escola, Maria Armanda, que se encontrava no interior de um dos monoblocos, revelou à Lusa que sentiu “tudo a abanar” e que foi “um grande susto”.
“Ouviu-se um vento muito forte e os monoblocos começaram a abanar. Fui para abrir a porta com outra colega e vimos virem as chapas grandes da obra”, pelo que “fechámos a porta novamente”, contou.
A mesma funcionária descreveu também que, durante aqueles minutos, “só ouvia as crianças a gritar” e que muitas delas “já estavam debaixo das mesas” das salas de aula, mas “ninguém se aleijou”.
Uma “minoria” de alunos não foi dispensada das aulas desta tarde, de acordo com o director, por se trataram de estudantes de cursos profissionais e dos SEF, que dão equivalência ao nono ano.
“Esses alunos têm aulas num dos edifícios próprios da escola, que não foi afectado, e têm horas para cumprir em termos de carga curricular”, ressalvou Rui Sá.
Contactado pela Lusa, o Instituto de Meteorologia (IM) esclareceu que as suas estações não detectaram qualquer tornado naquela zona alentejana, mas frisou que tal não significa que o fenómeno não possa ter ocorrido.
O IM esclareceu que o território continental, “especialmente a região Sul”, está hoje a ser afectado por uma situação de “instabilidade convectiva, moderada a severa, muito localizada”.
“Esta instabilidade traduz-se por fenómenos de vento forte e rajada, precipitação forte e, por vezes, queda de granizo e trovoada. O que aconteceu nessa região foi instabilidade local, com fenómenos de vento forte”, disse.
Também por volta da hora de almoço, entre as 12:55 e as 13:15, os bombeiros tiveram de resolver “cinco pequenas inundações” em Borba, uma delas num hipermercado, duas em moradias e duas em estradas, adiantou o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora.
Além disso, o CDOS de Évora registou uma queda de árvore no Seminário de S. José, em Vila Viçosa, e o CDOS de Portalegre resolveu outra queda de árvore, desta feita na Estrada nacional 372, no concelho e Elvas.
RRL.
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