Vinte vagas de Internato Médico, de um total de 1026, ficaram por preencher – ACSS
Vinte vagas, de um total de 1026, ficaram por preencher no concurso para Internato Médico, das quais 11 eram preferenciais e destinavam-se a fixar jovens médicos em zonas carenciadas através da atribuição de bolsas de 750 euros.
O concurso para Internato Médico/2009 disponibilizou 1026 vagas, das quais 318 eram para Medicina Geral e Familiar, uma das áreas mais carenciadas, que representaram 30 por cento das vagas disponíveis, e 179 eram preferenciais.
Dados divulgados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), publicados na sua página oficial, indicam que 20 vagas ficaram por preencher no concurso de 2009 para Internato Médico, que é o período de formação dos médicos que se segue à conclusão da licenciatura.
As especialidades que ficaram por preencher foram Saúde Pública (sete), Anatomia Patológica (seis), Medicina Geral e Familiar (cinco), Patologia Clínica (uma) e Radioterapia (uma).
Em declarações à agência Lusa, a presidente do Conselho Nacional do Médico Interno (CNMI), Inês Rosendo, adiantou que todos os anos sobram algumas vagas. “Há internos que preferem não escolher nenhuma vaga e ficam um ano no desemprego” à espera da abertura do próximo concurso, explicou.
“O problema é que, todos os anos, se repetem as especialidades que não são preenchidas”, afirmou Inês Rosendo, comentando que algumas destas especialidades, como Anatomia Patológica e Saúde Pública, não são vistas como “interessantes ou aliciantes” pelos jovens médicos.
As vagas que sobram na Medicina Geral e Familiar podem dever-se ao facto de ser a especialidade com o maior número de vagas, justificou, acrescentando que as vagas que ficam por preencher são, geralmente, em locais mais longínquos.
Segundo os dados da ACSS, ficaram vagas preferenciais desta especialidade por ocupar no Centro de Saúde (CS) de Olhão, no CS e na Unidade de Saúde de São Jorge, nos Açores, e no CS de Mértola, no Baixo Alentejo.
O facto de estas vagas serem protocoladas e ficarem por preencher pode querer dizer que o valor das bolsas que o Governo ofereceu “não foi suficiente para as pessoas quererem ir para esses sítios”, explicou a presidente do CNMI.
Ficou ainda por ocupar uma vaga normal de Medicina Geral e Familiar no Centro de Saúde de Miranda do Douro, em Bragança.
Na Saúde Pública, ficaram vagas preferenciais por ocupar nos centros de saúde de Santiago do Cacém (Alcácer do Sal, Alentejo), de Loulé (Algarve), de Santarém e Portalegre.
Os hospitais Central do Funchal (Madeira), de Santo Espírito de Angra do Heroísmo (Açores), do Divino Espírito Santo (Ponta Delgada) não conseguiram preencher as vagas preferenciais disponíveis, assim como o Hospital Amadora-Sintra e o Instituto Português de Oncologia, que ficaram com uma vaga normal por ocupar.
Já os Hospitais da Universidade de Coimbra ficaram com uma vaga de sobra na especialidade de Patologia Clínica e o Instituto Português de Oncologia a vaga de Radioterapia.
Inês Rosendo comentou que, em termos qualitativos, o número de vagas disponível foi “perfeitamente correcto” e a distribuição foi feita consoante as capacidades formativas que existem e que são verificadas pela Ordem dos Médicos.
A bolsa é atribuída pelo tempo de duração do internato (três ou quatro anos) com a condição de os médicos permanecerem no mesmo lugar durante, pelo menos, o tempo equivalente à duração do internato.
HN.
Lusa/Tudoben