Comboios: Governo anulou o troço Sines-Grândola proposto pela REFER

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comboioGrândola, 20 Jan (Lusa) – O secretário de Estado dos Transportes anunciou hoje a anulação do troço ferroviário Sines-Grândola proposto pela REFER aos autarcas locais, tendo “assumido o compromisso” de estudar alternativas, revelou o presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral.

“O Governo comunicou à Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) que o traçado iria ser anulado, que já estão a ser estudadas alternativas e que os autarcas da nossa sub-região vão ser ouvidos nessa matéria”, disse à Lusa o presidente da CIMAL, Carlos Beato.

O também presidente da Câmara de Grândola (PS) considera esta “uma grande vitória dos autarcas da CIMAL, dos diversos agentes e das populações, que foram muito sensíveis sempre a esta matéria e envolveram-se e da REVER – Associação Protectora do Montado, Contra a Ferrovia Relvas Verdes-Grândola”.

Os presidentes da CIMAL, Carlos Beato, e da Assembleia Intermunicipal, Alexandre Rosa, foram informados da decisão do Governo esta manhã, numa audiência com o secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca.

A audiência foi agendada na sequência de uma moção aprovada a 12 de Janeiro na Assembleia Intermunicipal da CIMAL, que “defendia a necessidade de encontrar alternativas ao traçado proposto pela REFER tendo em conta os impactos ambientais, económicos e sociais que tal opção comportaria”.

O autarca de Grândola, que em Maio de 2009 chegou a afirmar que “só por cima” do seu cadáver se concretizaria o traçado previsto para a linha ferroviária em causa, alegando que a via “retalha o concelho e aldeias” e “passa por cima de casas”, reconheceu agora que “a nova equipa ministerial foi sensível”.

“Vemos esta decisão do Governo com muita satisfação e também pensamos que o Governo, que tantas vezes é acusado de intransigência e de não ser sensível aos argumentos que lhes apresentam sobre determinadas matérias, neste caso, esta nova equipa ministerial foi sensível”, salientou.

Segundo a CIMAL, foi ainda garantido que as alternativas a ser estudadas, incluiriam a hipótese de aproveitamento do corredor existente em torno do actual ramal Sines-Ermidas.

Esta é uma opção defendida pelos autarcas locais, pela REVER e por uma equipa do Instituto Superior Técnico liderada pelo professor Costa Lobo, que chegou a apresentar um estudo prévio de uma proposta alternativa.

O período de suspensão do Estudo de Impacte Ambiental do traçado ferroviário Sines-Grândola proposto pela REFER, que começou em Julho de 2009, altura em que as autarquias e outros agentes interessados se começaram a mobilizar para contestar a ligação, deveria terminar a 31 de Janeiro.

O troço ferroviário em estudo faz parte da ligação ferroviária Sines-Elvas, vocacionada para o transporte de mercadorias, que é considerada uma infra-estrutura determinante para o “reforço da competitividade do Porto de Sines e para o desenvolvimento do Alentejo Litoral”.

AYN.

Lusa/Tudoben

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