Ensino: Universidade de Évora e BES criam primeira cátedra nacional de Energias Renováveis
Évora, 25 Jan (Lusa) – A Universidade de Évora e o Banco Espírito Santo (BES) vão criar uma cátedra dedicada às energias renováveis, dotada de cem mil euros anuais, para fomentar a investigação científica na área da captação e armazenamento energético.
“O tema das energias renováveis é muito importante para o país, que é deficitário em termos energéticos e importa uma parte muito significativa do que consome, e para o Alentejo, região rica em energia solar”, disse hoje o reitor da Universidade de Évora (UÉvora), Jorge Araújo.
Por isso, em declarações à agência Lusa, o reitor justificou ser “pertinente e estratégica” a criação desta cátedra, a “primeira em Portugal” centrada nesta área.
“Queremos instalar na Universidade de Évora um núcleo forte e de grande competência em matéria de energias renováveis”, assegurou.
Segundo o reitor, a equipa vai focar a sua atenção, sobretudo, no “estudo e investigação em matérias ligadas à tecnologia de conversão e armazenamento de energias renováveis solar térmica e termoeléctrica”.
Jorge Araújo destacou ainda que esta parceria com o BES na concretização da nova cátedra assume particular relevo quando, em Badajoz, na Extremadura espanhola, está previsto ser instalado o Instituto Ibérico de Energias Renováveis, acordado entre Portugal e Espanha.
A “Cátedra BES Energias Renováveis”, à qual o banco se compromete a afectar cem mil euros anuais, durante cinco anos, mediante um protocolo já assinado, deverá ainda ser apoiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), acrescentou.
Neste momento, está a decorrer o concurso público internacional para a selecção da personalidade que vai ser titular da cátedra, podendo os interessados candidatar-se até 28 de Fevereiro.
“Depois, o júri vai escolher o titular”, explicou Jorge Araújo, reconhecendo que gostaria que todo o processo estivesse terminado “ainda no mês de Fevereiro”, durante o seu mandato e antes da tomada de posse do próximo reitor da Universidade de Évora (marcada para 02 de Março).
A academia alentejana foi pioneira em Portugal na constituição de cátedras com empresas, tendo esse “primeiro passo” sido dado em 2008, com a criação da “Cátedra de Biodiversidade Rui Nabeiro”, juntamente com a Delta Cafés.
A cooperação formalizada com o BES não se limita à área das energias renováveis e inclui, entre outros pontos, a atribuição de prémios e bolsas aos melhores alunos.
O BES assume também a sua disponibilidade para receber estudantes da academia alentejana como estagiários, quer no banco, quer em empresas do Grupo Espírito Santo.
“Uma das linhas que orientou a minha estratégia para a universidade foi a de aprofundar esta ligação às empresas, que considero muito importante”, lembrou o reitor.
RRL.
Lusa/Tudoben