Escavações arqueológicas nas Termas Romanas de Évora perspetivam futura musealização do espaço
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As Termas Romanas de Évora, situadas no edifício dos Paços do Concelho (Praça de Sertório), estão a
ser alvo de escavações arqueológicas promovidas pelo Município, como antecâmara para a estruturação
de um projeto de musealização deste legado patrimonial.
Esta nova campanha iniciou-se em setembro de 2019, sob direção científica de técnicos municipais e da
Direção Regional de Cultura, e tem contado com a colaboração permanente de contou com a
colaboração de inúmeros estudantes de Arqueologia da Universidade de Évora.
Os resultados obtidos até agora, ainda preliminares, revelaram novas informações acerca deste espaço,
como é o caso de uma nova sala, de forma semicircular, bem como vestígios que atestam várias
reestruturações do edifício termal, espaçadas em cronologias que vão do século I d.C. (data fundacional)
até ao séc. IV, em contexto de ocupação romana.
Todo o trabalho realizado até agora tem sido alvo de registo fotogramétrico, proporcionando uma maior
celeridade no acesso aos dados arqueológicos, bem como a abertura de possibilidades em termos de
divulgação futura ao público. O espólio recolhido está neste momento em estudo e ficará em depósito
na Reserva Arqueológica Municipal, tendo sido iniciadas diligências para o seu registo digital e
musealização.
Recorde-se que a primeira campanha de escavações realizadas no espaço das antigas Termas Romanas
de Liberalitas Iulia se sucedeu nos primeiros anos da década de 90 do século XX. O espaço então
descoberto, e hoje visitável nos Paços do Concelho, é constituído por um Laconicum (zona de banhos
quentes) e um Praefurnium (zona onde se situavam as fornalhas). Subsequentes campanhas vieram a
desvendar a existência no antigo complexo de uma Natatio (piscina), e outras salas subsidiárias,
perfazendo uma estrutura que poderia ascender aos quase 2500m2.