Grândola: Município quer Lagoa de Melides classificada como área protegida de interesse local
Grândola – O projeto para transformar a Lagoa de Melides numa área Protegida de Interesse Local está a ser elaborado pela Câmara de Grândola, que deverá estar criada até ao final do ano.
A intenção da autarquia, segundo adiantou hoje à Lusa o vereador do Ambiente, Paulo do Carmo, é “gerir o território e cuidar dele”, tendo em conta que se trata de “um plano de água e de um território que é muito rico em termos ambientais e paisagísticos”.
Em junho do ano passado, o autarca tinha já avançado à Lusa a intenção de tornar a Lagoa, que já faz parte da Rede Natura 2000 e sua envolvente, numa área protegida de interesse local, tendo constituído uma equipa técnica para elaborar o projeto de gestão.
Com a criação de uma zona de Proteção de Interesse Local, a autarquia poderá intervir no sistema lagunar de cerca de 10 hectares, afirmou Paulo Campos.
A Câmara de Grândola apresentou na terça-feira o projeto à população, com a intenção de envolver os munícipes no processo.
Paulo do Carmo referiu que existem produtores de arroz que desenvolvem esta atividade “há décadas” a “montante da lagoa”, considerando essencial o seu envolvimento.
Sublinhou ainda que a água utilizada no cultivo de arroz “precisa de ser monitorizada”.
Para criar esta zona protegida, a Câmara de Grândola precisa ainda do parecer do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, o qual pretende solicitar durante o primeiro semestre deste ano, assim que tiver o projeto concluído e aprovado.
A futura área da paisagem protegida também ainda tem que ser definida.
Após a conclusão do plano de gestão terá que ser aprovado em reunião de Câmara e submetido a consulta pública.
“É nossa intenção avançar em breve com a construção de um Centro de Interpretação Ambiental e de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais”, adiantou o autarca.
Embora assegure que a “preocupação” do município é “ambiental”, o vereador com o pelouro do Ambiente considerou a preservação deste património natural também “importante para o turismo”.
“Tudo aquilo que se faz com qualidade para o ambiente, o turismo também agradece. Este não é um projeto turístico, mas também é importante para o turismo, porque se não fizermos nada, daqui a 30 ou 40 anos não existe ali lagoa, existirá simplesmente um pântano”, concluiu.
AYN.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***
Lusa/Tudoben