Figueira da Foz: Reformados fazem reparações gratuitas em escolas e espaços públicos de Buarcos

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Um grupo de reformados de Buarcos, Figueira da Foz, faz pequenas reparações gratuitas em escolas, espaços públicos e em apoio a famílias carenciadas, um projeto de voluntariado promovido pela junta de freguesia.

Eleito presidente da junta nas últimas eleições autárquicas, José Esteves, 65 anos, antigo maquinista de embarcações de pesca longínqua, é o mentor da brigada voluntária, que ele próprio integra.

idosos“Há uma grande vontade de colaborar com a população. Reformado não quer dizer acabado”, sustenta o autarca.

Dois Franciscos, Moura e Santo Amaro, igualmente sexagenários, completam a equipa que, em dois meses de actividade, de segunda a sexta feira, é já presença habitual nas escolas e espaços públicos de Buarcos.

Vidros partidos prontamente substituídos, reparação de quadros elétricos, arranjo de instalações sanitárias, troca de lâmpadas ou fixação de balizas e outro equipamento desportivo, são exemplos de situações que, frisa o autarca, “dentro das possibilidades” o grupo de voluntários tenta resolver.

“É um trabalho magnífico, a título gracioso, voluntário. Têm sido realmente muito eficazes”, comentou, à agência Lusa Pedro Mota Curto, diretor do agrupamento de escolas de Buarcos.

Francisco Moura foi pedreiro “até aos 20 anos”, antes do serviço militar na Guiné, e, no regresso a casa, ingressou na celulose Celbi, onde esteve 32 anos, por entre caldeiras e maquinaria diversa e, mais tarde, numa empresa de construção civil.

Destaca as competências adquiridas ao longo da vida e não se vê, agora reformado, “a ficar parado”.

“Temos de ajudar quem precisa, o povo tem muitas necessidades”, sublinha.

Já Francisco Santo Amaro, antigo maquinista marítimo, “uma vida no mar”, advoga que outros reformados da freguesia deviam abraçar o voluntariado.

“Há tanta gente que não faz nada, que anda a limpar os muros e os bancos com as calças… talvez pudessem dar uma tardezinha a isto. Um metia um prego ali, os pescadores arranjavam as redes das balizas”, exemplifica.

“Aqui não há políticos. Todos juntos devíamos apoiar os nossos filhos e netos, isto é a nossa terra”, acrescenta.

Francisco Moura e Francisco Santo Amaro batizaram a equipa de “brigada do reumático”, condição que o autarca José Esteves, no entanto, rejeita, com uma gargalhada: “Não são nada reumáticos, são ativos, têm muita força. Assim todos os jovens lhes seguissem o exemplo”.

JLS.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Tudoben

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