Santiago do Cacém: Câmara cede escola desativada a associação dedicada à construção e arquitetura em terra

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Santiago do Cacémsantiago_cac_inacio_cristiano– Uma associação dedicada ao estudo da construção e arquitetura em terra vai “mudar-se” de Lisboa para o Alentejo, passando a ter sede numa antiga escola primária, no interior do concelho de Santiago do Cacém, cedida pela Câmara.

O edifício, que em tempos acolheu os alunos da Escola Primária da Cova do Gato, na freguesia de Abela, foi cedido pela Câmara de Santiago do Cacém, a título gratuito, uma vez que perdeu a sua função escolar e ficou sem utilização.

Dedicada à difusão e estudo da construção em terra, a Associação Centro da Terra, considera que encontrou o “sítio indicado” para poder congregar os sócios, centrar as informações e a bibliografia, bem como para desenvolver formações, estudos e experiências.

“Já há algum tempo que estávamos à procura de um espaço que pudesse congregar todos os trabalhos e pesquisas. Esta escola fica num local, aqui no Baixo Alentejo, central relativamente a uma vasta região que tem património construído em terra”, destacou Teresa Beirão, a presidente da associação.

Recordando que a terra da região do Alentejo, “mas também de outras regiões do país”, era utilizada na construção até aos anos 50 do século passado, Teresa Beirão explicou que “agora está a haver novamente um ressurgimento destas técnicas”.

Taipa, adobe e BTC (Blocos de Terra Comprimida) são alguns dos materiais sustentáveis que a associação defende poderem coexistir com os utilizados dos materiais oriundos das grandes indústrias transformadoras.

“Defendemos que é uma forma sustentável de construir, não pode substituir os materiais modernos que são utilizados, mas pode coexistir com eles e ser utilizado, em grande parte, em muitas construções, especialmente nas zonas rurais”, disse a arquiteta.

A ideia de se mudar para a nova sede surgiu de uma oficina de Construção em Terra que a associação desenvolveu na escola desativada da Cova do Gato, em junho de 2009, a pedido da Câmara e do núcleo do Litoral Alentejano da Ordem dos Arquitetos

“Foi a partir dessa oficina que tivemos a ideia de pedir à Câmara o espaço”, revelou a responsável da associação Centro da Terra, que vai ficar instalada numa região onde abundam as construções em terra.

Esta é uma das vinte e uma escolas primárias que fecharam nos últimos vinte anos no concelho de Santiago do Cacém, tendo nove delas sido desativadas desde 2005.

Preferindo manter o património, a Câmara de Santiago tem vindo a ceder vários destes edifícios, a associações de caçadores, escuteiros e artesãos, estando inclusivamente um cedido à GNR de Cercal do Alentejo, onde ficará o novo posto, após as obras de adaptação.

Nestas situações, não há pagamento de renda, sendo a “moeda de troca” a responsabilidade assumida pelas instituições, de assegurar a manutenção e a reabilitação dos próprios edifícios.

AYN.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***

Lusa/Tudoben

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