Brincas de Carnaval saem à rua em Évora

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Brincas de Carnaval saem à rua em Évora

Três grupos de Brincas Carnavalescas voltam a trazer alegria ao concelho de Évora durante os quatros
dias de festejos de Carnaval (18 a 21 de fevereiro). São dois grupos de adultos (Canaviais e rancho Flôr
do Alto Alentejo) e a escolinha de Brincas da Casa do Povo de Canaviais. Consulte aqui toda a
programação das Brincas de Évora.
As Brincas de Évora são uma antiga tradição performativa e constituem-se como uma forma de teatro comunitário
que acontece durante o Carnaval, criadas ou recriadas por grupos informais que se organizam, anualmente, para
a construção e execução de uma dramatização popular (o fundamento), durante a época carnavalesca. Os grupos
escolhem e ensaiam textos escritos em décimas, misturam tragédias e dramas e constituem uma manifestação
rica e complexa da Cultura Popular.
Historicamente, alguns autores apontam o século XVIII como origem desta manifestação cultural tradicional.
Outros fazem remontar a sua origem à época e aos autos de Gil Vicente, no século XVI, e, outros ainda, não
arriscam qualquer data para a sua origem, devido ao simbolismo subjacente na sua coreografia e à sua
estruturação espacial, fazendo-as remontar a tradições mítico-religiosas ancestrais, nomeadamente inseridas em
contextos de culturas e vivências de forte conotação agrária. As Brincas provêm, ainda hoje, dos bairros periféricos
e das freguesias rurais de Évora, sendo caracterizadas por uma marcada ruralidade original.
A denominação de “Brinca” atribui-se ao grupo de homens ou rapazes que se organizam para a construção e
execução de uma dramatização popular durante a época festiva do Carnaval. No entanto, poderá igualmente
entender-se por Brinca toda a ação dramatizada (o fundamento), musicada (a contradança, a valsa, a canção, etc.)
e coreografada (as diferentes formações que têm lugar ao longo de toda a ação: as rodas, etc.) que esse grupo
assume nas várias representações que realiza.
No que diz respeito ao fundamento, em termos formais, é constituído por décimas de versos rimados. É a alma
da Brinca. De facto, trata-se de uma forma muito rica e complexa de cultura popular, com as manifestações
artísticas dos seus componentes: poetas, músicos, encenadores, coreógrafos, artistas plásticos de cariz popular,
criando, ou recriando, eles próprios, os versos do fundamento e as músicas executadas.
Atualmente, permanecem em atividade dois grupos de brincas de adultos: as Brincas de Carnaval dos Canaviais e
as Brincas de Carnaval do Rancho Folclórico Flor do Alto Alentejo, e um grupo de brincas infantil: a Escolinha de
Brincas da Casa do Povo dos Canaviais.