Ourique: Jaime Silva abre esta sexta-feira Congresso Ibérico do Porco Alentejano

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O porco alentejano, da produção no montado à transformação, comercialização e consumo, vai estar em destaque, esta sexta-feira e sábado, em Ourique (Beja), durante o primeiro congresso ibérico dedicado àquela raça autóctone, que já originou 24 marcas protegidas.

    Organizado pela Associação de Criadores do Porco Alentejano (ACPA) em parceria com a Câmara de Ourique, o Congresso Ibérico do Porco Alentejano, que vai decorrer no Cine-Teatro Sousa Teles, contará com a presença do ministro da Agricultura, Jaime Silva, na cerimónia de abertura.

    Através de intervenções de 25 especialistas portugueses e espanhóis, o congresso vai “debater as potencialidades e o futuro dos produtos à base de carne de porco alentejano”, explicou hoje à agência Lusa o presidente da ACPA, José Cândido.

    Sob o lema “Preservar o montado, ganhar o mercado”, “os especialistas vão discutir as melhores formas de produzir, transformar, comercializar e cozinhar a carne de porco alentejano para aproveitar ao máximo o seu potencial”, precisou o responsável.

    No primeiro dia, sexta-feira, os congressistas vão debater assuntos ligados à produção e à transformação do porco alentejano, seguindo-se, sábado, questões sobre a comercialização, o marketing, os benefícios para a saúde e a gastronomia dos produtos derivados daquela carne.

    Da teoria à prática, no jantar do congresso, sexta-feira, será servido bochecha de porco preto alentejano confitada sobre esmagada de batata e flor de grelo com espuma de queijo de Serpa, um prato criado especialmente para o Congresso pelo chefe Celestino Grave, da Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal.

    Salientando que “os consumidores estão cada vez mais exigentes”, José Cândido referiu que “é preciso muito rigor para se conseguir produtos à base de carne de porco alentejano de qualidade e salutares”.

    O “segredo” da “reputação” e do “sabor suculento” da carne de porco alentejano está na “pureza da raça” e no “rigor produtivo” dos animais, “seguindo especificações técnicas” e baseado numa alimentação “natural”, explicou o responsável.

    Reconhecidos pela pele preta, cabeça comprida e orelhas pequenas, os porcos de raça suína alentejana pastam livremente no montado de azinheiras e sobreiros, sobretudo no Alentejo, onde engordam “devorando” quase tudo o que a natureza lhes oferece, desde bolotas, ervas e bichos.

    Segundo o Ministério da Agricultura, o porco alentejano, com “características muito próprias”, é a raça suína autóctone “mais significativa em Portugal” e já originou 24 marcas de produtos à base daquela carne certificadas com Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica (IG).

    A área geográfica de produção do porco alentejano, delimitada pelas zonas de montado de sobro e azinho, corresponde, grosso modo, ao Alentejo e a alguns concelhos limítrofes do Algarve, Ribatejo e Beira Baixa, sendo Barrancos e Ourique os únicos concelhos onde a transformação é permitida.

    Apesar da zona de Barrancos ser a mais identificada, a nível nacional, com os produtos de porco preto alentejano, é no concelho de Ourique, que se afirma a “capital do porco alentejano”, que estão a maior parte (50) das 170 explorações existentes no Baixo Alentejo.

    Foi também no concelho de Ourique, na freguesia de Garvão, que se instalou a mais recente das três únicas indústrias de transformação de porco alentejano existentes no Baixo Alentejo, sendo que as outras duas localizam-se em Barrancos.

   

    LL.

    Lusa/Tudoben

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