Serpa: Eleitos do PS na Assembleia Municipal recusam votar orçamento devido a “anomalias” no documento
Serpa, Beja, 25 fev (Lusa) – A bancada socialista na Assembleia Municipal de Serpa recusou discutir e votar o orçamento deste ano da Câmara CDU, porque o documento “apresentava anomalias” que “impediam a avaliação” das opções do executivo, disse hoje fonte do PS.
Na última sessão do órgão, “não estavam reunidas as condições para discutir e votar as grandes opções do plano e o plano plurianual de investimentos para 2010 e, por isso, a bancada do PS recusou fazê-lo”, explicou hoje à Lusa o coordenador dos eleitos do PS na Assembleia Municipal de Serpa, Paulo Pisco.
Segundo Paulo Pisco, o documento enviado pelo executivo CDU aos eleitos na Assembleia Municipal “apresentava anomalias”, ou seja, “havia páginas fora do lugar e faltavam duas páginas essenciais para se poder compreender e avaliar as opções de investimento” da Câmara, liderada pelo comunista João Rocha.
As páginas em falta, precisou, “continham as dotações financeiras para alguns projetos que vão consumir uma parte considerável das verbas” do orçamento, como a escola de música Musibéria e o Museu do Absurdo, que a oposição PS na Câmara e na Assembleia Municipal de Serpa “sempre contestou”.
“Os eleitos do PS protestaram e a discussão e a votação do orçamento não se realizaram e foram adiadas para uma próxima sessão da Assembleia Municipal de Serpa”, disse Paulo Pisco.
“Para os eleitos do PS, é inaceitável que o documento mais importante que é discutido numa assembleia municipal possa ser tratado e apresentado com tanta displicência”, disse Paulo Pisco, referindo que “o mais estranho é que nenhum dos eleitos da maioria CDU na Assembleia Municipal notou as anomalias”.
“Tratou-se de um lapso dos serviços”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Serpa, João Rocha, explicando que “o documento com tudo certinho” foi discutido e aprovado pela Câmara mas a versão que seguiu para os eleitos da Assembleia Municipal “continha falhas”.
“São coisas que acontecem”, disse o autarca, referindo que “é lamentável que o PS, que devia estar mais preocupado e empenhado em desenvolver o concelho de Serpa, se tenha aproveitado de um lapso dos serviços”.
Segundo João Rocha, apesar da oposição do PS, o Musibéria e o Museu do Absurdo “vão constar no orçamento em letras bem gordas”, porque “são dois projetos que o executivo considera fundamentais para enriquecer Serpa em termos culturais e turísticos”.
LL.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben