TGV: Concurso para linha Porto-Vigo não avança sem lado espanhol estar “claro”
O secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca, garantiu hoje à Lusa que o concurso para a linha ferroviária de alta velocidade Porto-Vigo não será lançado enquanto a situação do lado espanhol não estiver “clara”.
“Não vamos lançar o concurso [para a construção da linha Porto-Vigo] enquanto do lado espanhol não estiver tudo claro. Não há tráfego entre Braga e Valença que justifique”, disse o secretário de Estado.
Recorde-se que o ministro do Fomento espanhol, José Blanco López, anunciou, em novembro passado, que a linha Porto-Vigo não estaria concluída antes de 2015, dois anos depois do previsto, devido a dificuldades na obtenção da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) do troço entre Vigo e Porriño.
Correia da Fonseca salientou hoje que, do “lado português”, existem os projetos e as questões ambientais estão resolvidas, pelo que é possível lançar o concurso.
No entanto, garantiu que “Portugal não vai lançar um concurso para construir uma linha de alta velocidade para parar na fronteira, será necessário que do lado espanhol se ultrapassem essas dificuldades e sabemos que estão a andar tão agilmente quanto possível”.
A situação da linha de alta velocidade Porto-Vigo foi um dos temas abordados na reunião do Grupo de Contacto de Alto Nível Luso-Espanhol (GCAN) que juntou Correia da Fonseca e o seu homólogo espanhol, Víctor Morlán Gracia, e que decorreu hoje em Madrid.
No encontro, representantes dos dois países decidiram reforçar a composição de uma comissão técnica que vai analisar “em pormenor” a articulação ferroviária entre Portugal e Espanha, ao nível das mercadorias e da alta velocidade.
Correia da Fonseca salientou que, com a melhoria da interoperabilidade entre as linhas dos dois países, será possível ter “mercadorias de Sines, Lisboa e do Poceirão em Madrid, permitindo um aumento da competitividade”.
CSJ
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben