Ministro diz querer “valorizar” azeite nacional com proposta sobre fim dos galheteiros invioláveis

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O ministro da Agricultura, Jaime Silva, assegurou ontem que o “desafio” lançado aos restaurantes para substituírem as garrafas invioláveis por cartas de azeites pretende valorizar o azeite nacional, em vez da indústria do vidro.

    “Não estamos aqui para valorizar a indústria do vidro”, mas sim “para valorizar o azeite e a agricultura portuguesa”, disse o ministro aos jornalistas, em Ourique (Beja), à margem da abertura do I Congresso Ibérico do Porco Alentejano.

    Jaime Silva afirmou que “não há nenhuma decisão” sobre o fim dos galheteiros com garrafas invioláveis e que apenas desafiou a Associação da Restauração e Similares de Portugal (ARESP) para os substituir por cartas de azeites.

    “Apenas lancei um desafio à ARESP para promover os azeites nacionais”, frisou, explicando que pretende que os restaurantes coloquem “nas cartas ou nos menus que o azeite com que cozinham e que põem num galheteiro em frente ao consumidor é o azeite ‘x’, de preferência nacional e de denominação de origem”.

    Se os restaurantes adoptarem esta prática, acrescentou, “acabou a história da obrigação de ter garrafas invioláveis”.

    A proposta do ministro foi feita quinta-feira à ARESP foi criticada, no mesmo dia, pela Casa do Azeite, Associação do Azeite de Portugal, que “estranhou” as declarações de Jaime Silva e considerou tratar-se de “um retrocesso completo”.

    “Eu é que acho estranha a reacção da Casa do Azeite porque quando vou a um restaurante gostaria de ter a certeza de que o azeite que estou a consumir é português e, sobretudo, de altíssima qualidade”, respondeu Jaime Silva.

    “A Casa do Azeite sabe que, hoje, nenhum português tem essa garantia”, disse, sublinhando que, com excepção de algumas marcas, “em que se sabe de onde vem o azeite”, o resto pode ter “azeite da Tunísia, da Espanha ou da Itália”.

    O I Congresso Ibérico do Porco Alentejano, que termina sábado, reúne 25 especialistas portugueses e espanhóis para debater o futuro e as potencialidades daquela raça autóctone.

   

    LL/RRL.

    Lusa/Tudoben

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