Cultura: Museu de Évora mostra “Rituais de Poder” de armas orientais de colecionador privado

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evoraMais de uma centena de armas brancas e armaduras orientais, dos séculos XV ao XX, que ilustram as regiões da Ásia onde os portugueses marcaram presença, está em exposição no Museu de Évora a partir de sábado.

“Rituais de Poder. Armas Orientais”, que vai estar patente ao público até 13 de junho, dá visibilidade à coleção particular do cirurgião Jorge Caravana, residente em Évora há duas décadas.

Nesta que é a primeira vez que expõe peças da sua coleção, orientada para armas brancas e armaduras das áreas geográficas relacionadas com a Expansão Portuguesa no Oriente, Jorge Caravana quer mostrar que a armaria, além do aspeto bélico, possui riquezas artísticas e simbólicas.

“Faço a primeira exposição da minha coleção” para “dar a conhecer às pessoas que se pode associar às armas, não só o aspeto bélico e violento que, naturalmente, comportam em si, mas também todo [um] aspeto de luxo e de apresentação e de símbolo de poder”, disse hoje à Agência Lusa.

A iniciativa, acrescentou, pretende também transmitir a história que se “esconde” por detrás de cada peça que adquire: “Não só a que ela traz quando a compramos, mas também a que descobrimos quando a investigamos”.

Esta exposição temporária, acompanhada por um extenso e aprofundado catálogo, reúne 110 peças da coleção do médico, com “excecional valor cultural e artístico, no âmbito da armaria oriental”, assegura a instituição.

Índia, Ceilão, Nepal, China, Japão, Indonésia/Malásia ou Filipinas são alguns dos pontos de origem dos objetos expostos e onde os portugueses projetaram a sua presença, tendo ainda sido incluídas na mostra peças de Marrocos (África) que Jorge Caravana também possui.

O núcleo mais expressivo é o das espadas e das adagas, “opção que é sensível a toda a carga de simbolismo de que estas se revestem e que, em muitas culturas, ultrapassa o de simples instrumento de agressão”, refere o museu.

Em vésperas da inauguração de “Rituais de Poder”, o bulício é evidente na sala de exposições temporárias, com técnicos do museu, depois de prolongada preparação, atarefados com a montagem das peças nas vitrinas.

“Estamos a montar as vitrinas da exposição. É sempre um aspeto a salientar porque é a fundamentação técnica do que os visitantes vão ver”, explicou hoje à Lusa o diretor do Museu de Évora, António Camões Gouveia, acrescentando que os objetos vão estar organizados por “âmbito geográfico”.

Os visitantes, afiançou, “vão ver um repertório notável em termos de armas orientais, com variadíssimas simbologias e significados”, naquela que é uma hipótese quase única de apreciar este espólio.

“A coleção é tão individualizada e marcante em termos de conteúdos que é difícil” encontrar uma “repetição destas a nível nacional e, possivelmente, internacional”.

RRL.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Tudoben

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