Beja: Câmara (PS) aprova orçamento deste ano com votos contra da CDU
Beja, 16 mar (Lusa) – A Câmara de Beja (PS) aprovou o orçamento deste ano com os votos contra da oposição CDU, força com maioria absoluta na Assembleia Municipal, que irá votar o documento segunda feira, disse hoje o presidente do município.
O orçamento, num total de 46 milhões e 217 mil euros, menos 547 mil euros do que o de 2009, “é de contenção e de recuperação da situação financeira da autarquia”, precisou à Agência Lusa o autarca socialista Jorge Pulido Valente.
“É o orçamento possível num ano de transição e de recuperação financeira”, frisou, referindo que “mais de um terço” da verba total “é para pagar compromissos assumidos em 2009” pelo anterior executivo CDU e que “ficaram em dívida”.
O desenvolvimento económico, a coesão social, a conclusão da construção dos três novos centros escolares, intervenções em infraestruturas desportivas e de lazer e outras previstas no projeto de regeneração urbana do centro histórico de Beja e a recuperação de edifícios municipais que albergam serviços da Câmara são as prioridades do orçamento apontadas pelo autarca.
Segundo Jorge Pulido Valente, o voto contra da oposição CDU “é negativo, vingativo e uma atitude destrutiva” e reflete “uma estratégia político-partidária sem razão de ser”, porque “não se baseia na contestação nem das prioridades nem do documento global, mas na exigência de propostas insustentáveis”.
Em comunicado enviado à Lusa, os vereadores da oposição CDU justificam o voto contra com o facto de “não terem sido acolhidas as propostas apresentadas” pela CDU, como o aumento de cinco por cento nas verbas para as juntas freguesia e nos apoios a coletividades.
Segundo os eleitos da CDU, o plano de atividades apresentado pelo executivo PS “reflete a continuidade” de obras e projetos “iniciados pela anterior gestão” comunista, como os centros escolares, e além daqueles assume “responsabilidades” em obras e áreas que são “responsabilidades da administração central”.
“Não há razões para o orçamento não ser aprovado” na reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Beja de segunda feira, disse Jorge Pulido Valente, referindo que o representante da bancada CDU naquele órgão que reuniu com o executivo PS para discutir o orçamento “não levantou objeções de fundo, apenas fez algumas sugestões e críticas que foram acolhidas”.
Por isso, o autarca “espera” que os eleitos da CDU na Assembleia Municipal “não tenham a mesma atitude de voto” que os vereadores da Câmara e que o orçamento seja aprovado.
Caso contrário, adiantou, a Câmara irá ser gerida por duodécimos, porque “o orçamento não tem reformulação possível”, já que “não se pode cortar em mais nada nem empolar mais a receita”, como “propôs” a oposição CDU e “aconteceu no passado”.
O PS e a CDU elegeram o mesmo número de deputados à Assembleia Municipal de Beja, nove cada, mas, devido às inerências de funções dos presidentes das juntas de freguesia do concelho, a CDU ficou com 19 deputados municipais e o PS com 15.
LL.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben