Castro Verde/Minas: Sindicato e concessionária mina de Neves-Corvo reúnem-se no Ministério do Trabalho para “resolver conflito”
Castro Verde, Beja, 17 mar (Lusa) – O sindicato dos mineiros e representantes da administração da mina de Neves-Corvo (Castro Verde) reúnem-se hoje no Ministério do Trabalho, em Lisboa, para tentarem “resolver o conflito” entre a empresa e os trabalhadores em greve há 29 dias.
A reunião, marcada para as 11:00, vai juntar uma delegação de dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) e dois representantes da administração da concessionária da mina, a Somincor.
Em declarações à Agência Lusa, o dirigente do STIM, Jacinto Anacleto, explicou que a reunirão, que surge após o STIM ter pedido a intervenção dos ministérios do Trabalho e da Economia, vai “sentar as partes” para “se tentar resolver o conflito” entre a Somincor e os trabalhadores em greve.
No entanto, a porta-voz da Somincor, Lígia Várzea, disse à Lusa que se trata de uma “reunião de conciliação entre as partes”.
“Se depender” do STIM, que “sempre teve e continua a ter disponibilidade para encontrar uma solução para o conflito” na mina, “a situação ficará resolvida” hoje, disse Jacinto Anacleto, referindo que “espera” que a administração da Somincor “não mantenha a postura intransigente que tem tido até ao momento”.
Os trabalhadores da Somincor começaram no passado dia 16 de fevereiro uma greve de duas horas diárias no início de cada turno, às 06.00, 08:00, 14:00 e 22:00, e por tempo indeterminado.
Através da greve, os trabalhadores reivindicam um aumento de cem euros no subsídio de fundo, que é atribuído aos trabalhadores que trabalham no fundo da mina, “o pagamento dos 50 por cento em falta da compensação do dia de Santa Bárbara” de 2009 e “a garantia do pagamento da compensação na totalidade este ano e nos próximos anos”.
Desde o primeiro dia, a adesão à greve tem sido “acima dos 90 por cento” nos turnos das 06.00, 14:00 e 22:00, que abrangem os trabalhadores do fundo da mina, onde “o descontentamento é maior”, disse Jacinto Anacleto.
No turno das 08:00, que abrange os trabalhadores à superfície, só abrangidos pela reivindicação relativa à compensação do dia de Santa Bárbara, “a adesão é fraca”, disse, referindo que a greve está “a afetar a produção” da Somincor.
LL.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben