Santiago do Cacém/Autárquicas: Executivo da Junta de Freguesia toma posse cinco meses depois das eleições autárquicas
O executivo da Junta de Freguesia de Santiago do Cacém assumiu os destinos da autarquia, passados cinco meses das eleições autárquicas, após ter sido eleito pela Assembleia, onde a CDU tem maioria relativa, o único elemento que faltava.
Com sete votos favoráveis e seis contra, a Assembleia de Freguesia, constituída por seis membros da CDU, três do PS, três do PSD e um do BE, aprovou na noite de sexta-feira a proposta feita pelo presidente da Junta, Vítor Barata, de eleger o quarto vogal.
O autarca, reeleito em Outubro de 2009 pela CDU, mas com maioria relativa, propôs que o executivo fosse constituído por dois vogais da CDU, um do PS e um do PSD, tendo sido sempre rejeitada pela oposição a eleição do segundo vogal da força política que ganhou as eleições, até esta sexta-feira.
“Decorreu o que esperávamos que acontecesse há cinco meses, que foi um entendimento no sentido de eleger o executivo. O quarto vogal que tinha ficado por eleger desde a primeira sessão da assembleia foi ontem aprovado”, relatou em declarações à Lusa Vítor Barata.
Após o início do impasse, na primeira sessão da Assembleia de Freguesia, a 29 de Outubro, os membros eleitos para o órgão deliberativo da autarquia reuniram várias vezes, não tendo chegado a acordo, até à sessão de sexta-feira, quanto ao segundo elemento da CDU para o executivo.
A oposição pretendia que fosse eleito para o executivo um elemento de cada força política com mandatos na Assembleia da Freguesia – PS, PSD e BE – enquanto a CDU considerava que, dessa forma, ficaria em minoria, comprometendo o programa eleitoral.
“Apresentámos sempre a mesma proposta, com o mesmo nome e desta vez foi viabilizado e foi constituído o executivo da Junta”, disse, acrescentando que não houve qualquer negociação entre os partidos e que desconhece quem terá permitido viabilizar o executivo, por a eleição ser através de voto secreto.
Agora é altura de “arregaçar as mangas e trabalhar”, afirmou satisfeito, explicando que há que “distribuir pelouros” e “começar a trabalhar no orçamento”.
“Temos cinco meses de atraso”, sublinhou o autarca que acredita ser possível “recuperar o tempo perdido”, apesar de desde as eleições autárquicas a Junta de Freguesia de Santiago do Cacém estar sob gestão administrativa, sem ser possível viabilizar qualquer investimento.
“O principal inconveniente que teve todo este processo, para além do desgaste que provocou, foi um prejuízo enorme para as populações, porque muitas associações dependem em grande parte do que a junta lhes dá, não só de subsídios, mas de apoios como a cedência de salas ou de transportes”, lamentou.
AYN.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben