Dança: Companhia marroquina mostra em Évora “olhar” contemporâneo sobre danças tradicionais do seu país

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danca_contemporanea – Um coreógrafo e quatro bailarinos marroquinos, da companhia 11.ORG, apresentam no sábado, em Évora, um espetáculo em que a dança contemporânea surge aliada às danças Ahwach, tradicionais de Marrocos.

A criação, intitulada “TIGMMI”, marca o final da residência artística que os elementos desta companhia marroquina efetuaram, ao longo da semana, na cidade alentejana.

A 11.ORG integra o projeto internacional NS Dance – Uma Abordagem Norte-Sul Contemporânea à Dança Tradicional, em que estão envolvidas também a associação portuguesa PédeXumbo, de Évora, e a Associação Babil, da Turquia.

Sophie Coquelin, da PédeXumbo, explicou hoje à Agência Lusa que o desafio lançado ao coreógrafo marroquino Brahim Sourny foi o de “criar uma peça de dança contemporânea, mas olhando para as raízes culturais de Marrocos”.

“O coreógrafo foi procurar esta componente tradicional nas danças berberes, mais especificamente nas danças Ahwach”, disse.

Segundo a mesma responsável da PédeXumbo, são “danças coletivas”, que ainda sobrevivem “em aldeias das montanhas de Marrocos”, sobretudo em “festas religiosas e de família, como os casamentos”, e que servem para “solidificar o tecido da comunidade local”.

O espetáculo é apresentado às 18:30 de sábado, na sala d’A Bruxa Teatro (antigos Celeiros da EPAC), em pleno centro histórico de Évora.

Mas, já na sexta feira, na Praça do Giraldo, principal “sala de visitas” da cidade alentejana, os elementos da companhia 11.ORG “brindam” os transeuntes com uma performance pública, improvisada e baseada nos movimentos da cultura berbere de Marrocos.

O projeto NS Dance, cofinanciado pela Fundação Anna Lindh, do Egipto e que apoia iniciativas na bacia mediterrânica, começou em agosto do ano passado e a sua primeira fase, centrada no fomento de contactos entre os artistas dos três países, termina este mês.

Sophie Coquelin adiantou que o projeto vai prosseguir nos próximos anos e inclui outras atividades, como a investigação sobre danças tradicionais de cada país e a criação de uma base de dados on-line sobre essas manifestações culturais.

“A PédeXumbo trabalha com as danças tradicionais e, nas nossas atividades globais e neste projeto, procuraramos outros discursos em torno do corpo, ver como se pensa o corpo noutros países, mas sempre sem esquecer a vertente da tradição”, sustentou.

Sophie Coquelin realçou ainda a necessidade deste tipo de manifestações culturais coletivas “não se perderem”, nem ficarem só “confinadas às aldeias”, garantindo que, em pleno século XXI, ainda são importantes para que se “perca o medo do convívio” e para “juntar as pessoas”.

RRL.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Tudoben

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