GNR poderá garantir segurança dos novos aeroportos de Beja e Lisboa

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A segurança dos novos aeroportos de Beja e Lisboa poderá ser garantida pela GNR, que está a formar forças para enfrentar incidentes táctico-policiais, como sequestro de aviões com tomada de reféns, admitiu à Lusa um oficial da Guarda.

    “Poderá ser a GNR a garantir a segurança, porque os dois novos aeroportos vão ficar instalados em zonas de actuação da GNR”, que, segundo a nova Lei Orgânica, já pode vigiar e proteger infra-estruturas aeroportuárias, explicou o capitão Galvão da Silva, chefe da Secção de Negociação da GNR.

    No entanto, “a decisão compete ao Ministério da Administração Interna”, frisou o oficial, que falava à agência Lusa durante um exercício operacional de um curso de negociadores da GNR, a decorrer entre ontem e esta terça-feira, na Base Aérea nº 11, em Beja, para “preparar forças capazes de garantir a segurança do aeroporto” daquela cidade.

    O aeroporto de Beja situa-se na freguesia rural de São Brissos e o novo de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, duas áreas territoriais da responsabilidade da GNR.

    A nova Lei Orgânica da GNR, que entrou em vigor em Novembro de 2007, acrescentou, atribui àquela força de segurança, entre outras, a competência de “manter a vigilância e a protecção de pontos sensíveis”, como infra-estruturas aeroportuárias.

    A vigilância e protecção do aeroporto de Beja e do novo de Lisboa “são um desafio para a GNR”, que “tem estruturas operacionais devidamente formadas e apetrechadas para intervir em incidentes táctico-policiais”, disse Galvão da Silva.

    Por outro lado, frisou, a GNR, com “atribuições específicas em situações de emergência de protecção e socorro”, “é a única força de segurança em Portugal que tem pessoal formado para actuar em ambientes de identificação de vítimas de catástrofes ou acidentes graves”, como um eventual acidente de aviação.

    Num ambiente “muito próximo do real”, o exercício de Beja, que começou ontem, às 04:00, e termina esta terça-feira, às 06:00, está a simular um sequestro de um avião com tomada de reféns por terroristas.

    Ao envolver 90 elementos do Grupo Territorial de Beja da GNR, o exercício, além de visar a formação de cinco negociadores, “serve também para testar a capacidade de resposta de outras forças da GNR”, como as ligadas à investigação criminal ou à detecção e inactivação de engenhos explosivos, precisou Galvão da Silva.

    O exercício de Beja é o primeiro de três que a GNR vai realizar até quinta-feira para “formar forças com capacidade para intervirem em situações de contra-terrorismo, contenção de acções terroristas, acidentes graves e de segurança aeroportuária, portuária, ferroviária e terrestre”.

    O segundo exercício, que vai decorrer quarta-feira, no Estádio do Algarve, em Vilamoura e em Loulé, visa “preparar forças da GNR para “intervirem em incidentes que envolvam sequestro e tomadas de reféns em estádios de futebol, autocarros e embarcações” e “garantirem a segurança das estruturas turísticas algarvias”.

    O terceiro exercício, que vai decorrer quinta-feira, no Parque Ferroviário do Barreiro, pretende “preparar forças da GNR para resposta a situações de incidentes em composições ferroviárias que envolvam sequestro e tomadas de reféns”.

    Para “cumprir os imperativos legais a que está obrigada”, a GNR, disse Galvão da Silva, “tem vindo a formar negociadores”, através de um curso próprio considerado “um dos melhores programas de treino e formação de negociadores a nível mundial”.

    “Diversas forças de segurança estrangeiras já demonstraram interesse em frequentar o curso, devido ao espírito de formação se basear na salvaguarda da vida humana e da integridade física”, frisou o capitão.

   

    LL.

    Lusa/Tudoben

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