Urgências: 375 meios do INEM no país, profissionais no terreno lamentam “inoperacionalidade” de algumas ambulâncias
O INEM tem 375 meios espalhados pelo país no âmbito da requalificação das urgências. Os enfermeiros da emergência médica pré-hospitalar apoiam a reforma, mas lamentam a “alta taxa de inoperacionalidade” de algumas ambulâncias por falta de profissionais.
Uma das condições para a reforma iniciada em 2006 pelo então ministro Correia de Campos avançar era que o transporte de doentes fosse assegurado, o que implicou o reforço da emergência médica pré-hospitalar com ambulâncias, motas e helicópteros.
A requalificação das urgências não foi bem aceite por algumas populações, mas defendida pelos profissionais que estão no terreno. “A rede de urgências como estava, não funcionava. Fazia todo o sentido a sua requalificação”, disse à agência Lusa o presidente da Associação de Emergência Pré-Hospitalar, adiantando que “muitos locais não reuniam as condições necessárias para uma situação de emergência”.
José Gomes sublinhou que, “muitas vezes, as pessoas tinham uma falsa sensação de segurança, apenas pela proximidade de um serviço de urgência básica”.
O responsável assinalou o aumento do número de Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER), compostas por médico e enfermeiro, mas lamentou “a alta percentagem de inoperacionalidade”: “As VMER estão anexas a hospitais, mas muitas vezes estão inoperacionais por falta de médico” e as zonas onde estão instaladas ficam “desprotegidas, à exceção dos grandes centros urbanos onde existem duas ambulâncias”.
O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares afirmou à Lusa que há “algumas situações pontuais” em que as ambulâncias não saem por falta de profissionais, mas “atualmente a situação é muito melhor do que há dois ou três anos”.
“A informação que tenho é que efetivamente alguns hospitais têm alguma dificuldade em ter meios humanos suficientes para fazer todas as escalas das VMER”, disse Pedro Lopes, que faz um balanço “claramente positivo” desta reforma que “tem de prosseguir”.
Dados do INEM indicam que existem 42 VMER: sete no distrito de Lisboa, cinco no Porto, quatro em Braga e três em Faro e Coimbra.
Os distritos de Santarém, Leiria, Setúbal, Vila Real, Castelo Branco e Setúbal têm duas VMER, enquanto Viseu, Aveiro, Viana do Castelo, Bragança, Guarda, Évora, Portalegre e Beja têm uma.
Integram também esta rede 30 ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV), que garantem cuidados de saúde diferenciados. Cinco estão localizadas em Faro, quatro no Porto e em Viana do Castelo, três em Vila Real, duas em Beja, Braga, Leiria e Viseu e uma em Aveiro, Bragança, Coimbra, Évora, Guarda e Portalegre.
José Gomes lembrou que a maioria destes meios foi instalada onde a “requalificação das urgências iria sentir-se mais, nomeadamente no interior devido ao encerramento de maternidades e às alterações dos SAP e das urgências básicas”.
No entanto, acrescentou, “este meio estagnou desde a saída de Correia de Campos” e “só tem conseguido manter-se com recurso a horas extras dos profissionais”.
O Suporte Básico de Vida é assegurado por 61 ambulâncias: 19 no distrito de Lisboa, 13 no Porto, três em Braga, Coimbra, Aveiro, Faro, Viseu, Guarda, Castelo Branco, duas em Leiria, Bragança e Setúbal e uma em Vila Real.
Para as situações mais graves há cinco helicópteros localizados em Lisboa, Porto, Macedo de Cavaleiros, Santa Comba Dão e Loulé.
Há ainda 235 ambulâncias nas corporações de bombeiros e 172 “postos de reserva” (ambulâncias dos bombeiros).
HN.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben