Bombeiros de Alter do Chão ponderam despedimentos após diminuição de receitas com transporte de doentes
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Alter do Chão (Portalegre), José António Ferreira, admitiu a possibilidade de ocorrerem despedimentos na corporação, na sequência da diminuição “drástica” de receitas com o transporte de doentes.
“Não vamos conseguir suportar por muito mais tempo este estado. Mais mês menos mês, vamos ter que começar a dispensar pessoal porque fica insuportável esta situação”, disse o comandante dos bombeiros, em declarações à agência Lusa.
O responsável considerou que “a diminuição de receitas, na sequência da falta de requisição de ambulâncias por parte do centro de saúde local, tem sido drástica”.
“Com um efetivo de 11 pessoas que estão adstritas a este serviço, os valores que agora recebemos dos transportes não chegam para suportar os valores dos vencimentos”, sublinhou.
A contestação dos bombeiros surgiu há uns meses quando os centros de saúde daquela região alentejana optaram por utilizar, na maioria dos casos, o transporte de doentes em táxis, em detrimento das ambulâncias.
De acordo com o comandante dos Bombeiros Voluntários de Alter do Chão, esta medida provocou, desde outubro de 2009, naquela corporação, uma quebra “bastante acentuada” das receitas.
“As receitas baixaram de 13 mil euros mensais para cerca de três mil euros”, disse.
Para protestar contra a diminuição “drástica” de receitas com o transporte de doentes, os Bombeiros de Alter do Chão têm desde o início desta semana as ambulâncias estacionadas no centro da vila.
“Como não há nada para fazer, esta é uma forma de mostrar às pessoas que as viaturas estão paradas porque não é requisitado nenhum serviço”, declarou.
José António Ferreira, que não descarta a possibilidade dos bombeiros avançarem com novas formas de luta, adiantou ainda que o município local está a desenvolver contactos junto da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), entidade que tutela os centros de saúde no distrito de Portalegre, para resolver a questão.
Contactado pela Lusa, o conselho de administração da ULSNA não quis prestar nenhum esclarecimento sobre esta matéria.
HYT.
***Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***
Lusa/Tudoben