Louçã acusa Governo de “atacar os mais pobres” e critica “ganância dos prémios e dos bónus
O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, acusou ontem o Governo de “atacar os trabalhadores mais pobres, reformados e portadores de deficiência” e criticou aquilo a que chamou “a ganância dos prémios e dos bónus”.
“Nunca houve tanta gente no desemprego e nunca houve tão pouca gente a ganhar tanto dinheiro tão depressa. E essa é a vergonha deste país”, afirmou, acusando José Sócrates de,”quando aumenta a retenção, não olha para os de cima e ataca os de baixo”, afirmou.
Num comício, na vila de Alandroal, no distrito de Évora, Francisco Louçã dedicou a sua intervenção, de cerca de 15 minutos, a criticar as medidas de austeridade e a “maioria absoluta que há agora entre o PS e o PSD”.
“Quando olhamos para esta maioria absoluta, que há agora entre o PS e o PSD, já não se percebe sequer quem manda em quem”, considerou, criticando as “alianças” entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho.
“Passos Coelho, quando aumenta impostos, tinha prometido não aumentar, pede desculpa e há outro que não pede desculpas, José Sócrates, também tinha prometido não aumentar os impostos. Esta gente quando foi a eleições mentia de propósito ou por ignorância”, questionou.
Lembrando as declarações do primeiro ministro em Madrid, o líder do BE afirmou que “o tango do desemprego, da mentira, da precariedade e do ataque às pensões mais baixas, esse não queremos dançar”, mas sim “caminhar para um futuro que tenha alternativas para quem mais precisa”.
Sobre o aumento dos impostos, o líder do BE afirmou que “quem trabalha paga mais e quem é reformado recebe menos”, acrescentando que estas medidas servem “para financiar a agiotagem de um sistema financeiro internacional que foi responsável pela crise”.
Depois de reprovar o aumento do IVA, por ser “o imposto mais injusto, por perseguir os mais pobres”, Louçã referiu-se também “à confusão” que foi o anúncio sobre a entrada em vigor da nova tabela de taxas do IRS.
“José Sócrates dizia sexta feira que não brinquem com coisas sérias, mas quem brinca com coisas sérias é um Governo que diz que um imposto que se aplica a 01 de julho, depois a 01 de junho e depois dia 21 de maio”, disse.
E, sublinhou, “os trabalhadores vão ver no fim do mês quem vai pagar a maior diferença”.
No comício, que juntou cerca de meia centena de pessoas, o coordenador do Bloco de Esquerda defendeu que a economia portuguesa “precisa de justiça, decência e sensatez”, salientando a necessidade de “combater a vigarice fiscal”.
SYM/MLM.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben