Câmara de Moura contesta fecho de escola e considera medida “afronta ao respeito pela criança”
A Câmara de Moura (CDU) considerou hoje uma “verdadeira afronta ao respeito pela criança” a medida do Governo que prevê fechar escolas com menos de 21 alunos e contestou o eventual fecho de uma escola do concelho.
Segundo o município, numa moção enviada hoje à agência Lusa, fechar escolas que “têm condições para o processo de ensino aprendizagem” e “só com base” no critério dos 21 alunos “é uma verdadeira afronta ao respeito pela criança, famílias e comunidade em geral” e “apenas uma forma de diminuir custos na educação sem olhar à especificidade local”.
Na moção, aprovada na última reunião de Câmara por unamidade dos quatro eleitos da CDU e três do PS, o município contesta o eventual fecho da escola básica da freguesia de Santo Amador, “sinalizada para possível encerramento, apenas e só” por ter menos de 21 alunos.
O fecho da escola, alerta o município, irá “agravar a qualidade da educação” e contribuir para “uma pior qualidade de vida” das crianças e das suas famílias e “terá um impacto negativo em toda a comunidade”.
Por outro lado, frisa o município, “não está claro, à partida, qual o destino dos alunos” e quais as condições da escola que os irá receber e do transporte e das refeições “a que teriam que ficar submetidos”.
“Não poderemos aceitar que se não levem em conta todos os outros fatores, muito mais importantes” que o número de alunos, refere a Câmara, lembrando que não há registos de abandono ou insucesso escolar na escola, que foi requalificada em 2006, num investimento superior a 111 mil euros.
O mobiliário e o material pedagógico e informático também foram renovados, num investimento superior dez mil euros.
Após as intervenções, garante o município, a escola ficou “com todas as condições para uma boa prática pedagógica” e a freguesia de Santo Amador “com mais estruturas de cultura e desporto”, como campo de jogos, pequeno ginásio e pólo da Biblioteca de Moura.
A Carta Educativa do concelho de Moura “não contempla o encerramento de escolas” do 1.º ciclo do Ensino Básico, “mas sim a sua requalificação, programada faseadamente e que está em curso desde 2006”, salienta o município.
Por todas estas razões, a Câmara mostra “clara oposição” ao fecho de escolas “com base em critérios pouco claros, concretamente no caso da escola de Santo Amador”, e manifesta-se “solidária” com pais, encarregados de educação, comunidade educativa e população em geral.
LL.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben