Henrique Neto diz que terminal de Alcântara é “um absurdo” e critica TGV e auto-estradas

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O empresário socialista Henrique Neto considerou hoje “um absurdo” o projecto do terminal de contentores de Alcântara e criticou a política de obras públicas do Governo, contestando a construção de auto-estradas e o traçado do TGV.

    Henrique Neto participou hoje nas jornadas parlamentares do PSD, em Évora, onde fez uma intervenção sobre pequenas e médias empresas e emprego, mas quis também abordar o tema das obras públicas.

    No seu discurso, o vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) insistiu que faltam “estratégia” e “pensamento sistémico” na sociedade portuguesa – crítica que disse abranger o actual Governo e os anteriores governos nesta crítica.

    Comentando em concreto o projecto do terminal de Alcântara, o socialista considerou que a ideia de colocar mais contentores no local é “uma coisa absurda”.

    “É um desperdício de dinheiro que só vai prejudicar Lisboa e – lá está – que não tem nenhuma estratégia por trás”, acrescentou, salientando que, “enquanto os Estados Unidos vão querer ter um único porto na costa Oeste e um na costa Leste, Portugal quer ter dois, aparentemente, um em Sines e outro em Lisboa”.

    Henrique Neto defendeu que Lisboa deve ser “uma capital de serviços e não de indústria” e argumentou que ter um terminal de contentores em Alcântara não faz sentido “por razões de tráfego, porque vai levar camiões para a cidade, por razões ambientais e por razões económicas”.

    “É muito mais caro ir buscar um contentor a Alcântara do que ir buscá-lo a Peniche ou a Sines”, apontou ainda. “O investimento num túnel mais uma ponte, pensar em deslocar a estação dos paquetes para Santa Apolónia: nada disto faz sentido”, reforçou.

    O empresário recomendou aos deputados do PSD que olhem para Marrocos e para a forma estratégica como está a organizar-se em termos de transporte marítimo e de vias de comunicação.

    Quanto a Portugal, segundo Henrique Neto as rodovias “são totalmente desnecessárias” e “a prioridade das obras públicas são as barragens”.

    “[Construir novas auto-estradas] pode render votos, pode ser muito importante, mas não tem nenhum significado económico”, defendeu.

    Henrique Neto criticou também o traçado da linha ferroviária de alta-velocidade por passar no Sul de Portugal, dizendo que “como está é um insulto à inteligência e ao desenvolvimento do país”.

   

    IEL.

    Lusa/Tudoben

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