Produtores de Borba com quebra de produção, mas azeitona de “boa qualidade”
Os olivicultores da região de Borba, no Alentejo, estão a colher este ano azeitona para azeite de “boa qualidade”, embora prevendo uma quebra de produção na ordem dos 40 por cento em relação a 2007.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Cooperativa de Olivicultores de Borba, David Guégués, adiantou que a qualidade da azeitona “é melhor do que se esperava” na região, mas realçou que se trata de “um ano fraco em termos de produção”.
“A azeitona colhida é de boa qualidade, mas registamos uma quebra de produção a rondar os 40 por cento, comparativamente à anterior campanha”, salientou.
De acordo com o responsável, a baixa de produção resulta, sobretudo, das condições climatológicas adversas e do ataque de algumas pragas.
David Guégués revelou ainda que os indicadores apontam também para um ano de azeite de “boa qualidade”, semelhante à campanha anterior.
A Cooperativa de Borba, uma das principais do Alentejo, prevê este ano uma produção a rondar os 700 mil quilos de azeitona, o que vai corresponder a cerca de 112 mil litros de azeite.
A Cooperativa de Borba produz azeite de qualidade com Denominação de Origem Protegida (DOP), exportando uma pequena quantidade para Inglaterra, Alemanha e França.
“Em Portugal, não temos preços para concorrer com a Espanha, o maior produtor mundial de azeite e que domina o mercado internacional do sector”, alegou.
O facto de Portugal produzir azeite de qualidade é apontado, pelo mesmo responsável, como o principal factor que permite a sobrevivência dos produtores portugueses.
David Guégués explicou ainda que nesta campanha tem sido registada uma “menor procura de azeitona” por parte de empresas espanholas, ao contrário de anos anteriores nos quais houve “muita azeitona do Alentejo a ser exportada para Espanha”.
O responsável defendeu ainda que “o sector necessita de uma reestruturação”, que passa pela “fusão de cooperativas a nível regional, sobretudo no Alto Alentejo”.
Na região do Alto Alentejo, segundo o dirigente da cooperativa de Borba, “está a registar-se um certo abandono da olivicultura”, sobretudo devido “ao envelhecimento dos agricultores”.
A Cooperativa de Olivicultores de Borba, fundada em 1951, que produz as marcas “Gaspacho” e “Dom Borba”, tem cerca de 1.200 associados e abrange os concelhos de Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora.
TCA.
Lusa/Tudoben