União de Sindicatos de Beja quer esclarecimentos “sem demagogia” do Governo sobre futuro da mina de Aljustrel
A União de Sindicatos do Distrito de Beja (USDB), afecta à CGTP, solidarizou-se hoje com os trabalhadores da mina de Aljustrel e desafiou o Governo a esclarecer, “com verdade” e “sem demagogia”, qual o futuro do complexo mineiro.
“O Governo PS/Sócrates, que criou grandes expectativas em torno da reabertura da mina, deve agora vir esclarecer qual o futuro do empreendimento, mas com verdade e sem demagogia”, defende a União de Sindicatos.
A estrutura, em comunicado, manifesta a sua “total solidariedade” para com os trabalhadores da Pirites Alentejanas (PA), empresa que explora o complexo mineiro, e garante que, “desde a primeira hora”, tem acompanhado a situação.
“A USDB apela para que, dia 25 de Novembro, todos estejamos solidários com os trabalhadores mineiros e contra o encerramento da PA, exigindo respostas do primeiro-ministro, José Sócrates”, pode ler-se no comunicado.
Segundo a estrutura sindical, o Executivo deve assumir “as suas responsabilidades” e exigir o “cumprimento integral dos acordos existentes” com a Lundin Mining, grupo sueco/canadiano que detém a PA, para que seja garantida a continuidade da exploração mineira e salvaguardados os postos de trabalho.
A Lundin Mining suspendeu na passada quinta-feira a extracção e produção de zinco nas minas de Aljustrel e Neves-Corvo (Castro Verde), devido à baixa cotação daquele metal no mercado.
Durante a suspensão, que vai manter-se até que “haja uma recuperação dos preços”, a mina de Aljustrel fica com a produção parada e em situação de manutenção das instalações, seis meses depois de ter sido retomada a exploração mineira.
Os trabalhadores da Pirites Alentejanas, que já reuniram com os ministros do Trabalho e da Economia, Vieira da Silva e Manuel Pinho, deslocam-se terça-feira a Lisboa, para se manifestar à porta da residência oficial do primeiro-ministro, José Sócrates, e exigir uma “solução rápida” para a retoma da laboração.
O ministro da Economia já garantiu que o Governo contactou “potenciais interessados em retomar a actividade” na mina de Aljustrel e que “existem investidores credíveis”, mostrando-se confiante na obtenção de resultados positivos das negociações em curso, que estarão concluídas no princípio de Dezembro.
O ministro da Economia acrescentou também que gostaria que o sucesso das negociações incluísse a manutenção dos postos de trabalho e o fim das rescisões de contratos na PA.
RRL/LL/MLM.
Lusa/Tudoben