Enfermeiros: Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano é “bastião” da precariedade
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) apelidou ontem a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) como o “bastião” da “precariedade contratual” dos jovens enfermeiros na região do Alentejo.
“A ULSNA, em relação à região do Alentejo, é o bastião da precariedade em torno dos jovens enfermeiros”, disse Pedro Frias, da direcção do SEP, em declarações à agência Lusa.
A ULSNA é constituída pelos hospitais de Portalegre e Elvas e ainda pelos 16 centros de saúde existentes do distrito de Portalegre.
“Na ULSNA existem mais de 75 enfermeiros com contratos a termo, numa entidade onde são reconhecidas as carências de enfermeiros”, sublinhou.
No que diz respeito ao Hospital do Espírito Santo, em Évora, encontram-se nesta situação 16 enfermeiros, ao passo que no Centro de Saúde de Odemira, dos 25 enfermeiros que ai exercem funções, cinco são contratados a prazo, segundo dados do SEP.
Pedro Frias, que falava à Lusa à entrada do hospital de Portalegre, durante uma acção de denúncia da precariedade contratual junto dos utentes, considerou ainda “incompreensível” que a ULSNA registe “um elevado número de horas extraordinárias realizadas pelos enfermeiros”.
“A ULSNA tem registos de mais de três mil horas extraordinárias por mês, o que quer dizer que os enfermeiros com contratos a termo estão a suprir necessidades permanentes e não transitórias. Por isso, defendemos que deveriam ter um contrato de trabalho”, afirmou.
Garantindo que “existem mais de três mil jovens enfermeiros no desemprego”, o SEP considera que o volume de horas extraordinárias realizadas por estes profissionais atinge valores “bastante elevados” no Alentejo.
O SEP refere que na ULSNA chegam a atingir mensalmente as 3012 horas extraordinárias, no Hospital do Espírito Santo, em Évora, as 1900 horas, no Centro Hospitalar do Baixo Alentejo as 949 horas e no Centro de Saúde de Beja as 500 horas mensais.
HYT.
Lusa/Tudoben