Educação: Professores iniciam hoje quatro dias de manifestações contra a avaliação

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Os professores regressam hoje aos protestos de rua, iniciando quatro dias de manifestações em todas as capitais de distrito para exigir a suspensão do processo de avaliação de desempenho.

    Hoje, os docentes da região Norte concentram-se em Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real, quase sempre a partir das 19:00 e em alguns casos com desfile até ao Governo Civil da respectiva cidade.

    O movimento independente Promova, que nasceu em Vila Real, já apelou à participação dos docentes nestes protestos, convocados pela Plataforma Sindical de Professores, que reúne 11 sindicatos do sector.

    “Este constitui um dos momentos decisivos na contestação, quer ao modelo de avaliação que o Ministério da Educação nos quer impor, à revelia do bom senso, da justiça e da clarividência e vontade dos professores, quer ao Estatuto da Carreira Docente e, especificamente, à divisão arbitrária e injusta da carreira que indigna os professores e desacredita este modelo de avaliação”, afirma o movimento fundado em Vila Real, em comunicado.

    Na quarta-feira é a vez da região Centro, com manifestações em Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Viseu e Lamego, enquanto quinta-feira os protestos realizam-se em Lisboa, frente ao Ministério da Educação, Setúbal, Santarém e Caldas da Rainha.

    A semana de protestos termina sexta-feira, com manifestações em Portalegre, Évora, Beja e Faro.

    Mas a luta dos professores segue na próxima semana, com uma greve nacional a 03 de Dezembro e uma vigília de 48 horas nos dois dias seguintes na Avenida 05 de Outubro, em Lisboa, à porta do ME.

    Depois, entre 09 e 12 de Dezembro estão agendadas greves regionais, que se poderão estender à semana seguinte, quando se realizam as reuniões de professores para lançamento das notas dos alunos.

    A Plataforma Sindical de Professores garante que só suspenderá estes protestos se a ministra da Educação suspender o processo de avaliação de desempenho.

    Na quinta-feira, após um conselho de ministros extraordinário, Maria de Lurdes Rodrigues anunciou medidas de simplificação do modelo de avaliação de desempenho, destinadas a resolver “problemas” relacionados com o excesso de burocracia e a sobrecarga de trabalho dos docentes.

    Tutela e sindicatos começam sexta-feira o processo negocial relativo a estas alterações.

    Os resultados escolares dos alunos deixarão de constituir um parâmetro da avaliação, tendo a ministra defendido “mais tempo” para que este critério possa ser utilizado com segurança, uma vez que “revelou dificuldades técnicas e de aplicação”.

    Entre as medidas anunciadas está ainda a redução das aulas assistidas de três para duas, que, ainda assim, só se realizarão por solicitação dos docentes, apesar de serem imprescindíveis para a obtenção das classificações máximas.

    Segundo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), “mais de 300 escolas” já procederam à suspensão da aplicação do modelo de avaliação, “por decisão dos seus órgãos ou por decisão dos docentes”, algumas das quais já depois de Maria de Lurdes Rodrigues anunciar a simplificação.

   

    MLS.

    Lusa/Tudoben

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