Alentejo constitui uma fonte de riqueza para Portugal
Com uma área de cultivo de 12.377 ha, a região de Alentejo, apesar de representar apenas 12% da área nacional dedicada ao cultivo de milho grão, é a região com maior potencial para levar Portugal a ser auto-suficiente numa fase em que se avizinha uma crise no mercado de cereais.
O milho constitui a única cultura capaz de em extensão vir a ocupar uma parte significativa da área nacional destinada à agricultara. Os produtores nacionais de milho estão conscientes que produzir é a sua missão, cabendo ao Estado criar as necessárias condições para um maior desenvolvimento desta cultura no nosso país.
Nos últimos 5 anos, semearam-se em média em Portugal cerca de 190.000 hectares, dos quais 135.000 hectares foram para grão e 55.000 mil hectares para silagem. O milho é assim, e de forma destacada, a cultura arvense com maior expressão encontrando-se presente em cerca de 67.000 explorações distribuídas por todo o país. Em Portugal é a região do Alentejo que mais se destacou com um crescimento positivo em relação ao ano transacto (+4%). Ainda que possua uma reduzida área de cultivo (12.377 ha), a região do Alentejo representa, em termos económicos, 29 milhões de euros, de um sector avaliado em 253 milhões de euros e que ocupa um total de 132.488 ha.
«“Numa altura, em que vão surgindo em Portugal novas áreas de regadio, destacando-se de forma notória o perímetro de Alqueva, cujas áreas infra-estruturadas para rega vão a caminho dos 110.000 hectares, importa criar condições para que o milho possa contribuir de forma significativa para o imprescindível aumento do nosso grau de auto-abastecimento em cereais e para o acréscimo do nosso Produto Agrícola Bruto. De facto, o milho é a única cultura capaz de em extensão vir a ocupar uma parte significativa dessa área.”» acrescenta Luís Vasconcellos e Souza.
São estes e outros números que levam a ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo a promover no próximo dia 10 de Fevereiro, o 6º Colóquio Nacional do Milho. O encontro que tem lugar no Centro Nacional de Exposições de Santarém reúne cerca de 450 profissionais e especialistas ligados ao sector e às políticas agrícolas nacional e europeia.
Mais do que debater ideias e trocar experiencias, este é um encontro que procura expressar as preocupações de todos aqueles que se movem no sector de produção de milho. A ANPROMIS acredita que é importante promover a produção deste cereal, uma vez que se trata de uma matéria-prima de elevado valor para a economia nacional e até mundial. Há que não esquecer que perante uma eventual crise alimentar a nível mundial, os preços tendem inevitavelmente a subir o que acaba por constituir uma boa oportunidade para os produtores nacionais.
Produzir milho para aumentar o grau de auto-abastecimento em cereais e para o crescimento do Produto Agrícola Bruto em Portugal é um dos apelos da ANPROMIS que acredita na capacidade produtiva de Portugal como forma de fazer face à escassez de matérias-primas, nomeadamente o Milho.
A realização do 6º Colóquio Nacional do Milho, constitui uma oportunidade única no panorama agrícola nacional, para levar um conjunto de oradores nacionais e estrangeiros a debater temas tão importantes como a competitividade da cultura do milho em Portugal e o futuro da Política Agrícola Europeia. O encontro conta ainda com a participação de Pedro Soares, Presidente da Comissão de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas da Assembleia da República, de M. Julien Valentin, Vice-Presidente do Conselho Europeu dos Jovens Agricultores e de Luís Vieira, Secretário de Estado das Pescas e Agricultura.
Inserido no 6º Colóquio Nacional do Milho, a ANPROMIS traz a Portugal no dia 9 de Fevereiro, para um Workshop sobre boas práticas para uma cultura do milho mais competitiva em Portugal, o conceituado consultor agrícola e perito para a cultura do milho Albert Porte Laborde.
O milho tem sido, ao longo dos últimos anos, a cultura arvense mais representativa da agricultura de regadio nacional. Assumindo-se o regadio como um factor estratégico para o desenvolvimento e sustentabilidade da agricultura nacional, esta cultura tem um papel fundamental no ordenamento e competitividade do nosso território.
As inúmeras utilizações que actualmente podem ser dadas ao milho, tais como a silagem, ou no caso do grão, os alimentos compostos para animais, a alimentação humana (amidos, gritz, farinhas, etc…) ou, mais recentemente, a produção de energias renováveis (bioetanol e biogás) e materiais biodegradáveis (bioplásticos e fibras) fazem que esta cultura seja única na grande diversidade de aproveitamentos que lhe são dados.