Automóvel: Processo de despedimento colectivo na fábrica de Ponte de Sor “mantém-se”- Delphi

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A administração da multinacional norte-americana Delphi garantiu ontem que se mantém o processo de despedimento colectivo na fábrica de Ponte de Sor e que decorrerá “até ao final do primeiro semestre de 2009”.

    Em declarações à agência Lusa, a porta-voz da Delphi, Elisabete Henriques, afirmou que “o processo de despedimento colectivo até ao final do primeiro semestre de 2009 mantém-se”.

    A administração da Delphi já anunciara ontem que a manutenção da fábrica, em Ponte de Sor, resulta de uma “suspensão da transferência” dos negócios, por razões ligadas à actual turbulência que se vive no mercado automóvel.

    “Esse anúncio diz respeito a uma linha de produtos, volantes e airbags, onde trabalham 170 pessoas. Relativamente aos restantes 369 trabalhadores o anúncio de despedimento colectivo mantém-se”, sublinhou.

    A posição da administração da Delphi surge na sequência do anúncio feito pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), que garantiu a manutenção da fábrica em funcionamento em Ponte de Sor.

    Contactado pela Lusa, José Simões, secretário-geral do SIMA, mostrou-se “surpreendido” com esta tomada de posição da Delphi e garantiu que vão “clarificar” esta informação.

    “Não temos conhecimento dessa informação por parte da empresa, nem os trabalhadores, por isso vamos clarificar o mais brevemente possível”, disse.

    O secretário-geral do SIMA sublinhou que a informação de que dispõe refere que “a fábrica não vai fechar porque os produtos que são desenvolvidos em Ponte de Sor e que estavam para ser produzidos noutros países não garantiam nessas unidades a qualidade necessária”.

    O sindicalista revelou ainda que, no âmbito das informações que lhe foram prestadas, que o Ministério do Trabalho vai realizar uma reunião com a administração da empresa “dentro de dias”.

    A fábrica de Ponte de Sor, que emprega 439 operários efectivos, produz também apoios, mecanismos para portas de correr automatizadas e sistemas de protecção de ocupantes para vários modelos de veículos automóveis.

    Durante o mês de Outubro, a administração da Delphi tinha informado a comissão negociadora sindical de que já não era possível encerrar a unidade a 30 de Dezembro, remetendo o fecho para o final do primeiro semestre do próximo ano.

    A Delphi justificou, na altura, que o adiamento do fecho da unidade fabril devia-se ao facto de ter surgido uma nova encomenda que teria de ser produzida naquela unidade.

    O adiamento surgiu depois de a administração e os representantes dos operários terem chegado a acordo quanto ao valor das indemnizações, na sequência de um processo negocial que se prolongou ao longo de vários meses.

    De acordo com José Simões, ambas as partes acordaram, a 17 de Outubro, uma indemnização a atribuir aos operários de dois salários por cada ano de trabalho, além de “outras compensações” pelo fecho da unidade fabril.

   

    HYT.

    Lusa/Tudoben

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