Ferreira do Alentejo: Câmara contesta transferência do quartel da GNR da sede de concelho para freguesia rural

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A Câmara de Ferreira do Alentejo (Beja) manifestou-se ontem contra a transferência do quartel da GNR da sede do concelho para uma freguesia a 10 quilómetros da vila, que passa a ter “apenas um mero posto de atendimento”.

    O quartel da GNR de Ferreira do Alentejo foi ontem transferido para o quartel da Brigada Fiscal daquela força de segurança situado na freguesia rural de Figueira dos Cavaleiros, passando a vila a ter um posto de atendimento, a funcionar entre as 09:00 e as 17:00.

    Em comunicado enviado à agência Lusa, o município considera “gravosa” a decisão, porque “transfere para fora da sede de concelho as forças da GNR, fundamentais para garantir a segurança da maior e mais habitada localidade do concelho”.

    A Câmara, que “só hoje tomou conhecimento oficial” da decisão e “por telefone”, lembra que, “em tempo oportuno” e devido “ao estado de degradação do edifício”, “disponibilizou alternativas para a instalação provisória do Posto da GNR” de Ferreira do Alentejo, que “foram rejeitadas pelo respectivo Comando”.

    Garantindo que “continuará a lutar pela manutenção das forças de segurança na sede do concelho”, o município acrescenta ainda que aprovou, em Agosto de 2007, “a cedência gratuita de terreno para a construção do novo posto”.

    A Comissão Concelhia do PCP de Ferreira do Alentejo também contestou em comunicado enviado à Lusa, a transferência do quartel da GNR da sede de concelho para Figueira dos Cavaleiros, que “acarreta a destruição de mais um serviço público na vila” e exigiu “mais e melhor segurança para as pessoas e bens do concelho”.

    A vila “vê-se, assim, privada do serviço que zelava pela segurança” da população, instituições, serviços e comerciantes, que “ficam ainda mais vulneráveis aos assaltos que, de algum tempo a esta parte, vêm assolando esta terra”, segundo os comunistas.

    O PCP contesta ainda o facto de a transferência do quartel da GNR não ter sido “precedida de qualquer tipo de informação à população”, nem aos membros do Conselho Municipal de Segurança.

    Contactado hoje pela Lusa, o capitão Manuel Jorge, porta-voz da Brigada nº. 3 da GNR, desvalorizou a contestação da Câmara e do PCP, referindo tratar-se de “uma transferência provisória” e “até que seja construído um novo quartel” na vila de Ferreira do Alentejo para substituir o actual, que “está degradado”.

    “A transferência provisória até vai ser benéfica”, frisou o capitão, explicando que, “na prática, haverá mais guardas disponíveis para operações de policiamento” na vila e em todo o concelho de Ferreira do Alentejo, porque “os militares vão ter que garantir a segurança a apenas um quartel, em vez de dois”.

   

    LL.

    Lusa/Tudoben

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