Évora: Sindicato acusa Tyco Electronics de “forçar” trabalhadores a “pagar” paragem com férias de 2009
O Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas acusou hoje a Tyco Electronics, que vai suspender a produção na fábrica de Évora, de “forçar os trabalhadores a pagar os dias de paragem com as férias de 2009”.
“Há trabalhadores que, pelo facto de não disporem de férias de 2008, estão a ser forçados a pagar os dias de paragem com as férias do ano que vem”, disse à agência Lusa Rogério Silva, dirigente do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESE).
A multinacional norte-americana, que produz componentes electrónicos para a indústria automóvel, anunciou há cerca de uma semana, através de um comunicado distribuído aos trabalhadores, a suspensão da produção, que vai vigorar durante duas semanas, até dia 05 de Janeiro.
A multinacional norte-americana vai suspender a produção, em alguns sectores, na sexta-feira e a totalidade da laboração na segunda-feira.
“Já foi solicitada a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que se deslocou à empresa, e informámos o Ministério do Trabalho”, disse o sindicalista, considerando tratar-se de “uma acção perfeitamente ilegal, para além de condenável do ponto de vista ético e moral”.
Rogério Silva entende ainda que “não estão devidamente demonstradas as circunstâncias que a empresa alega para esta paragem” e acusa a Tyco de “andar à boleia da crise automóvel”.
O presidente da Câmara de Évora, José Ernesto Oliveira, manifestou há uma semana a intenção de reunir com a administração da Tyco Electronics, tendo confirmado hoje à Lusa que ainda não obteve qualquer resposta.
A agência Lusa tentou contactar a administração da empresa, mas um funcionário disse que já não estava nenhum responsável na fábrica.
Considerada a maior unidade industrial do Alentejo, a fábrica de Évora da Tyco Electronics, que produz componentes electrónicos para a indústria automóvel, emprega cerca de 1.600 trabalhadores.
SYM.
Lusa/Tudoben