PCP quer esclarecimentos do governo sobre perda do Skylander
O PCP exigiu ontem esclarecimentos do governo sobre as circunstâncias que rodearam a deslocalização para França do projecto de construção do avião Skylander, previsto para Évora.
“Há muitas questões por esclarecer”, afirmou o deputado comunista João Oliveira, numa declaração aos jornalistas sobre a instalação em Évora de empresas do sector aeronáutico.
Évora perdeu recentemente o projecto do avião Skylander, cujos promotores, o grupo francês GECI International, optaram por deslocalizar para França.
O projecto incluía a construção de uma fábrica na cidade para produzir 1.100 aviões entre 2011 e 2027.
Na declaração feita ontem à tarde em frente aos Paços do Concelho de Évora, o deputado João Oliveira responsabilizou o governo e o município local (PS) pela deslocalização do projecto para França.
“Vamos utilizar todos os meios que temos ao nosso alcance para que se apurem todas as circunstâncias que rodearam este processo”, declarou o deputado comunista, considerando que, ao longo dos últimos três anos, observaram-se “incoerências, contradições e falta de responsabilidade”.
“O PS que, numa dada altura, enganou os portugueses e, em particular, os eborenses, com um investimento relativamente ao qual não tinha segurança nenhuma que se realizasse, tenta agora criar obstáculos ao apuramento daquilo que se passou”, acusou.
Na última campanha eleitoral autárquica, segundo João Oliveira, “o PS utilizou o projecto do Skylander como um dos grandes trunfos eleitorais quando havia poucas garantias que o projecto se concretizasse”.
O PCP prometeu, por outro lado, “tentar apurar as condições” do investimento da empresa brasileira de aeronáutica Embraer, cujos contratos já foram aprovados pelo Governo.
Os contratos de investimento da Embraer em Évora estão avaliados em 170 milhões de euros e projectam a criação de 570 postos de trabalho.
“Vamos tentar apurar as condições e fazer uma avaliação para saber se estamos, uma vez mais, perante um embuste que é utilizado com fins eleitorais ou estamos, de facto, perante um investimento com alguma credibilidade e sustentabilidade”, disse.
MLM.
Lusa/Tudoben