Três espaços, quatro exposições da Trienal no Alentejo em Outubro

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O início de outubro traz a Évora quatro artistas contemporâneos, no âmbito do projeto Trienal no Alentejo. As exposições, instalações e performances apresentadas são fruto das residências de artistas na região e inspiradas pelo seu património e imaginário.

Numa ação conjugada, a Trienal no Alentejo inaugura quatro exposições em Évora no dia 1 de outubro. Ricardo Calero leva ao Museu de Évora, pelas 17h30 os materiais resultantes da instalação “Espaço de Pensamentos II” – uma escultura nómada que é também um espaço de programação onde se travam conversas sobre cultura, arte e património. A obra em ferro, construída nos estaleiros da LISNAVE e inspirada nas chaminés alentejanas, patente desde Junho na Praça do Sertório, é a protagonista das imagens captadas durante o período de residência do artista espanhol no Alentejo e a fase de produção e transporte da peça para Évora. Uma homenagem à paisagem natural e arquitetónica alentejana.

Também no Museu de Évora, e a pretexto da comemoração dos 200 anos da morte de D. Frei Manuel do Cenáculo, a exposição “Museografia”, do artista português Rodrigo Bettencourt da Câmara, propõe um olhar – em larga escala – a algumas das peças que integram o acervo do museu. Este projeto fotográfico, inaugurado pelas 18h, constitui-se como um olhar atento sobre a diversidade de objetos de pequenas dimensões que compõem o espólio desta instituição.

Está prevista para as 19h30, no Palácio dos Duques de Cadaval, a inauguração de “Libations” do artista norte-americano Michael Petry, evocando a tradição vitivinícola no Alentejo associada ao simbolismo da talha como objeto usado para transportar oferendas. A performance marcada para o dia de inauguração consistirá numa homenagem à Deusa Diana, a caçadora, com recurso ao tiro com arco contra uma parede revestida a cortiça produzida na região.

À noite, pelas 22h30, a Biblioteca Pública de Évora acolhe a exposição “Dónde Dormir #4 Biblioteca”, de Eugenio Ampudia, obra filmada em Portugal a convite da TnA no Palácio Nacional da Ajuda e já apresentada na última edição da ARCO, em Madrid. No Alentejo, a escolha do espaço é igualmente evocativa da figura do Cenáculo, que tem a Biblioteca Pública e o Museu de Évora entre as suas maiores realizações.

À semelhança das inaugurações dos outros trabalhos desta série, o artista espanhol propõe uma “noite aberta” onde o público será convidado a levar os seus sacos-cama e dormir no espaço da exposição. O gesto de dormir tem sido repetido por Ampudia em lugares como o Museu do Prado, o Alhambra de Granada e o pavilhão do IFEMA na ARCO.

Trienal no Alentejo

No novo ciclo de eventos da TnA, que vai decorrer em outubro, está ainda incluída a inauguração, no dia 17 de outubro, da instalação “Dormente de Mó” de Perrine Lacroix. A artista francesa propõe uma revisitação ao património da olaria alentejana, na Casa de Burgos, em Évora.

A Trienal no Alentejo, evento organizado pela Associação Aspas e Parênteses, tem como objectivo trazer a esta região portuguesa alguns dos mais significativos nomes da cena artística contemporânea. Inspirados no património natural, humano, histórico e cultural, os diversos projetos artísticos são concebidos in site specific no âmbito da TnA para os mais diversos locais (adegas ou lagares, montados ou quintas, ruas ou centros comunitários, igrejas ou museus). As obras são depois produzidas e instaladas na região, mas também fora, nos grandes eventos mundiais, tornando-as consequentemente em veículos de promoção e divulgação nacional e internacional da especificidade e riqueza da sua cultura.

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